sexta-feira, 18 de maio de 2007

57 presos em operação no Aeroporto do Galeão


Rio - A Delegacia Especializada de Atendimento ao Turista (Deat) desbaratou ontem um esquema de câmbio ilegal de moedas dentro do Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador. Em pouco mais de duas horas, 57 pessoas foram detidas pela Operação Blecaute. Com elas, os agentes apreenderam R$ 200 mil — metade do valor movimentado diariamente pela quadrilha, segundo estimativa da polícia.

Entre os detidos há 35 carregadores de malas (conhecidos como maleiros), 12 atendentes de empresas de táxi e 10 falsos taxistas, que não tinham licença. Até o fim da noite, 11 maleiros ficaram presos em flagrante.

De acordo com as investigações, o grupo, que agia até em áreas restritas dentro dos terminais, também é suspeito de repassar informações sobre turistas a quadrilhas que assaltam ônibus na Linha Vermelha.

A operação contou com 120 policiais. Para identificar o bando, durante dois meses, agentes se passaram por turistas e taxistas. Todo o trabalho de investigação foi filmado com câmeras escondidas.

CARREGADORES-DOLEIROS

“Os maleiros não aparecem carregando malas, mas trocando dólares. O que atrai o turista nesse esquema é que ele não paga taxa na troca e não precisa se identificar”, explicou o delegado titular da Deat, Fernando Veloso. A maioria dos carregadores — entre eles um dirigente do Sindicato dos Carregadores e Transportes de Bagagens do Aeroporto, apontado como um dos chefes do esquema — foi surpreendida no Terminal 1 de embarque.

Quando perceberam a presença da polícia, alguns carregadores tentaram se livrar do dinheiro, jogando as notas no chão. Em um dos pacotes havia R$ 5 mil. Com alguns dos detidos foram encontradas quantias altas nos bolsos, meias e sapatos — até R$ 30 mil. Um deles, Carlos Hang de Santana, 53 anos, guardava dólares na cueca. Além de dinheiro, a polícia recolheu celulares, cartões de visita, blocos de anotações e agendas.

A polícia fechou os acessos ao aeroporto e aos terminais, revistando funcionários, carros e passageiros. Os acusados responderão por formação de quadrilha, crime contra o sistema financeiro e exercício ilegal da profissão. Além da Deat, participaram da operação as delegacias de Roubos e Furtos de Automóveis, de Proteção à Criança e ao Adolescente e do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.

O Dia Online

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