quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Medo altera rotina nas ruas

A onda de ataques e a sensação de insegurança mudaram completamente a rotina dos moradores da Região Metropolitana do Rio. Escolas públicas e particulares, comércios e postos de saúde foram fechados; trabalhadores, liberados mais cedo; e até ensaios de tradicionais escolas de samba, cancelados. “Vivemos criando distanciamento da violência. Quando ela se aproxima, temos reações distintas, mas sempre de defesa. Nos últimos anos, houve crescimento do transtorno de estresse pós-traumático, antes só desenvolvidos em homens que participavam de guerras”, explica a médica psiquiatra Tuna Chagas. A violência refletiu na frequência escolar. Segundo a Secretaria de Educação do Rio, escolas da rede registram muitas faltas. Ao todo, 47 unidades de ensino e 10 creches em áreas de risco não funcionaram, o que prejudicou 17.772 alunos. Na rede estadual, 18 colégios foram fechados, assim como cinco postos de atendimento médico da Secretaria Municipal de Saúde. A unidade da Universidade Gama Filho, na Piedade, fechou as portas. Escolas particulares da Zona Norte também dispensaram alunos mais cedo. Comerciantes e funcionários administrativos de empresas foram liberados antes do fim do expediente. “Abrimos a loja, mas o movimento caiu mais de 50%. Estamos temendo ações de criminosos por perto”, confessou Dilene Tenfone, gerente de loja de roupa na Avenida Brasil. No meio da tarde, motoqueiros ordenaram que comerciantes de bairros como Méier, Irajá e Vista Alegre fechassem as portas. As escolas de samba Salgueiro, Vila Isabel e Portela, que realizariam ensaios ontem, cancelaram as programações. Os tiroteios na Favela do Jacarezinho fizeram com que os trens do ramal de Belford Roxo circulassem com intervalos irregulares. (O Dia Online/Redação)

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