quarta-feira, 2 de março de 2011

Escavações em obra do Porto Maravilha encontram monumento escondido há cem anos

As escavações para as obras do Porto Maravilha, na zona portuária no Rio de Janeiro, encontraram no último sábado (26) um tesouro arqueológico escondido há cerca de cem anos. O Cais da Imperatriz foi construído em 1843 especialmente para receber Teresa Cristina, mulher de dom Pedro 2º e imperatriz do Brasil. O prefeito Eduardo Paes (PMDB), radiante com a descoberta, disse que o projeto sofrerá uma leve alteração para que o cais seja transformado em um monumento aos negros.
- No sábado eles [arqueólogos que acompanham a obra] ficaram chocados com o que viram. O cais vai ser transformado em um monumento ao negro, que tem história ali, onde os escravos desembarcavam. De acordo com o prefeito, uma reunião vai acontecer na próxima sexta-feira (4) para falar sobre a descoberta e alteração no traçado da obra. O que deve mudar é o traçado de uma rua próxima à avenida Barão de Tefé.
A descoberta do cais aconteceu durante a escavação para a construção de uma galeria de águas pluviais, que faz parte do projeto Porto Maravilha, que vai revitalizar toda a zona portuária carioca. Como a região é uma das mais ricas historicamente, o superintendente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Nacional) Carlos Fernando Andrade solicitou ao prefeito que as obras fossem acompanhadas por arqueólogos, como acontece desde o início das obras, no segundo semestre de 2010.
Depois da descoberta do último sábado, Paes tem uma nova recomendação para os trabalhadores da obra.
- Agora vamos ‘cavocar’ com mais carinho.
O cais foi encontrado na avenida Barão de Tefé, na Saúde, que está localizado em uma região conhecida como pequena África, que engloba também os bairros da Gamboa, Santo Cristo e Morro da Conceição. Na mesma avenida também fica o Valongo, local onde ficava o mercado de escravos, que desembarcavam ali vindos da África. Antes de dar lugar a avenida, uma praça foi construída no início do século 20 onde ficava o cais. (R7/Redação)

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