As escavações para as obras do Porto Maravilha, na zona portuária no Rio de Janeiro, encontraram no último sábado (26) um tesouro arqueológico escondido há cerca de cem anos. O Cais da Imperatriz foi construído em 1843 especialmente para receber Teresa Cristina, mulher de dom Pedro 2º e imperatriz do Brasil. O prefeito Eduardo Paes (PMDB), radiante com a descoberta, disse que o projeto sofrerá uma leve alteração para que o cais seja transformado em um monumento aos negros.
- No sábado eles [arqueólogos que acompanham a obra] ficaram chocados com o que viram. O cais vai ser transformado em um monumento ao negro, que tem história ali, onde os escravos desembarcavam. De acordo com o prefeito, uma reunião vai acontecer na próxima sexta-feira (4) para falar sobre a descoberta e alteração no traçado da obra. O que deve mudar é o traçado de uma rua próxima à avenida Barão de Tefé.
A descoberta do cais aconteceu durante a escavação para a construção de uma galeria de águas pluviais, que faz parte do projeto Porto Maravilha, que vai revitalizar toda a zona portuária carioca. Como a região é uma das mais ricas historicamente, o superintendente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Nacional) Carlos Fernando Andrade solicitou ao prefeito que as obras fossem acompanhadas por arqueólogos, como acontece desde o início das obras, no segundo semestre de 2010.
Depois da descoberta do último sábado, Paes tem uma nova recomendação para os trabalhadores da obra.
- Agora vamos ‘cavocar’ com mais carinho.
O cais foi encontrado na avenida Barão de Tefé, na Saúde, que está localizado em uma região conhecida como pequena África, que engloba também os bairros da Gamboa, Santo Cristo e Morro da Conceição. Na mesma avenida também fica o Valongo, local onde ficava o mercado de escravos, que desembarcavam ali vindos da África. Antes de dar lugar a avenida, uma praça foi construída no início do século 20 onde ficava o cais. (R7/Redação)
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