O assassinato de oito jovens moradores de rua por policiais militares em frente à Igreja da Candelária, no Centro, foi lembrado nesta quinta-feira por uma vigília no local do crime, que completa 20 anos. Pelo menos 80 pessoas, entre parentes das vítimas e moradores da região, participaram do ato em memória da Chacina da Candelária.
O ator Gunnar Borges também protestou em silêncio, deitado em frente à igreja, simulando o corpo sangrando de um dos rapazes mortos na época.
Irmã de Wagner dos Santos, um dos sobreviventes, Patrícia Oliveira fez críticas à violência policial que, em sua opinião, não mudou nada nas últimas duas décadas, quando outras chacinas voltaram a ocorrer.
“A juventude segue sendo exterminada. O governo não tem interesse em fazer nada pelas crianças de rua. Nunca perguntam o que precisa ser feito, não consultam ninguém”, desabafou. Ela disse que Patrícia mudou-se para a Suíça em 1994, após sofrer um novo atentado, na Central do Brasil.
Passeata e missa previstas para esta sexta
Quatro PMs foram condenados pelo crime, ocorrido em 23 de julho de 1993. Um deles, Mauricio da Conceição, o Sexta-Feira 13, morreu. Outros três — Marcus Vinicius Borges Emmanuel, Nélson Oliveira dos Santos e Marcos Aurélio Dias Alcântara — cumpriram apenas parte da pena.
Nesta sexta-feira, uma missa será celebrada no final da tarde na Igreja da Candelária em memória das vítimas. Uma passeata para lembrar o crime e condenar a violência policial também está prevista. (O Dia/Redação)
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