Composição Rio
Os cinco painéis de “Composição Rio”, cada um medindo 1,55m x 2,40m, foram pintados no primeiro semestre de 1952, em óleo sobre tela, e retratam o dia-a-dia da redação da imprensa e sua relação com o Rio de Janeiro, em cores predominantemente quentes (vermelho, amarelo e laranja), como se retratassem uma reportagem sobre a cidade. A obra foi toda desenvolvida em uma casa situada na Praia de Botafogo. O pintor Athos Bulcão, renomado artista que também colaborou em importantes obras de Cândido Portinari (Igreja da Pampulha, MG) e de Oscar Niemeyer (construção de Brasília), ajudou Di Cavalcanti na execução dos quadros.
Em 2001, os painéis foram restaurados pela experiente técnica Magaly Oberlaender, que chefiou, durante 16 anos, a Seção de Conservação e Restauração do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA). Em um dos quadros, Di Cavalcanti enfatiza a passagem do tempo e da velocidade do cotidiano, com representações do sol e da lua, de trabalho e descanso, além da ação comum de se ler um jornal. Em outro, o pintor mostra temas de notícias e suas relações com os acontecimentos da cidade: o futebol, o trabalhador, as festas, a igreja, as corridas de cavalo, entre outras atividades corriqueiras. Nas três imagens restantes, Di Cavalcanti ressalta o importante papel do jornal como difusor da cultura, apresentando imagens do Corcovado, de baianas, de prédios coloni ais, de coretos e da boemia. Nestes painéis, o artista utiliza como elemento central um homem de dois rostos, voltados para lados opostos, destacando o olhar atento às transformações dos fatos em notícias e a imparcialidade.
Di Cavalcanti
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti (Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1897 Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1976) foi um pintor modernista, desenhista, ilustrador e caricaturista brasileiro.Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, idealizou e organizou a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, criando, para essa ocasião, as peças promocionais do evento. Fez sua primeira viagem à Europa em 1923, permanecendo em Paris até 1925. Frequentou a Academia Ranson e expôs em diversas cidades: Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã e Paris. Conheceu Pablo Picasso, Fernand Léger, Matisse, Erik Satie, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses.
Entre idas e vindas ao Brasil, realizou importantes obras, como os painéis de decoração do Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, e do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Técnica, em Paris. Em 1954, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) realizou exposição retrospectiva de seus trabalhos. Recebeu proposta de Oscar Niemeyer para a criação de imagens para tapeçaria a ser instalada no Palácio da Alvorada e também pintou as estações para a via-sacra da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, em Brasília.
Última Hora
Última Hora foi um jornal carioca fundado pelo jornalista Samuel Wainer, em 12 de junho de 1951. O periódico que, nas palavras de Wainer, foi um "jornal de oposição à classe dirigente e a favor de um governo (Vargas)", foi um marco no jornalismo brasileiro, inovando em termos técnicos e gráficos.O jornal foi vendido em 1971 para a Empresa Folha da Manhã S/A, que também administrava o jornal Folha de São Paulo, cujos proprietários eram Carlos Caldeira Filho e Octávio Frias de Oliveira. O Arquivo Público do Estado de São Paulo (http://www.aperj.rj.gov.br), em homenagem aos 200 anos de Impren sa no Brasil, colocou na internet o acervo do Última Hora. São 36 mil páginas digitalizadas, correspondentes a 60 meses do jornal. (JB/Redação)
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