sexta-feira, 15 de maio de 2015

O Rio Mississippi clama a alma do Rei do Blues, B.B. King se foi.

Tristeza como o soar melancólico do Blues, assim que o sentimento dos fãs do Rei do Delta do Mississippi se sentem, Blues Boy King se foi, fazendo o que mais gostava, de estar na companhia da Lucille, sua guitarra e nos presentear com tuas músicas.


Nascido em 1925 em Itta Bena, no estado do Mississippi, era lavrador, colhia algodão assim como os seus pais, serviu ao exército dos Estados Unidos, depois foi tocar nas ruas, nos anos 40, em 49 foi para Memphis onde tocava profissionalmente, depois foi DJ na rádio WDA, uma rádio que tocava música negra, de lá para cá seus discos vendiam sem parar e seu modo de tocar guitarra, um vibrato diferente até então, influenciou a maioria das bandas de Rock e Blueseiros do mundo.
Um fato curioso na vida do B. B. King foi quando ele tocava na cidade de Twist, no Arkansas, uma briga começou por conta de uma mulher, um lampião de querosene caiu no chão e iniciou um incêndio, B.B. King se lembrou que sua guitarra a famosa Gibson EE 335 estava dentro do prédio e voltou e conseguiu salvá-la, daí ele a chamou de carinhosamente de Lucille, por ser o nome da mulher, o motivo da briga.
O Rei do Blues levou sua música para todos os cantos do mundo, aqui no Brasil cantou e gravou com o saudoso Celso Blues Boy, seu maior fã por aqui, uma música em homenagem a outra lenda do Blues o Robert Johnson, além de mais de 80 países, fazia mais de 200 shows por ano, seus fãs eram de todos os tipos, jovens, velhos, negros ou brancos, mostrando que sua música venceu o velho racismo, que era tão comum quando nasceu.
Um trecho da canção Lucille.
"Esse som que você está ouvindo é da minha guitarra
que se chama Lucille, e eu sou muito louco pela Lucille
Lucille me tirou das plantações..." 
Agora o Blues Boy King deve estar numa "Jam Session" com as outras lendas que já se foram, Robert Johnson fez questão de ficar ao teu lado, Bo Diddley ficou feliz em reencontrar o velho parceiro, muitos querem cantar formando um coro curioso com John Lennon fazendo graça como sempre, Muddy Waters ri sem parar, até o Brian Jones apareceu na brincadeira com a maior satisfação. Keith Moon e John Bonham dividem a mesma bateria, como crianças em véspera de Natal, Janis Joplin dança loucamente do seu lado o Jimi Hendrix fica olhando o vibrato da sua Lucille. E não para de chegar gente boa... Os que ficaram aqui certamente estão com inveja.
Leandro Sauerbronn