terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Cientistas avisam: temos que cuidar da ‘febre’ do planeta agora



Relatório do IPCC deixa claro que as mudanças climáticas chegaram a um nível perigoso mas que ainda assim há tempo para estancar o processo com ações efetivas na redução da emissão de gases do efeito estufa.

O último relatório do Painel Internacional de Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês) não deixa dúvidas: o planeta está num processo de aquecimento constante que poderá causar muitos problemas para todos nós ainda neste século.

Se os níveis de poluição continuarem do jeito que estão, as temperaturas globais poderão aumentar entre 1,1ºC e 6,4º até 2095, em relação a valores de 1980 a 1999. Isso provocará mais secas, ondas de calor, enchentes e furacões mais fortes, derretendo rapidamente as calotas polares e aumentando o nível dos mares.

Stephannie Tumore, coordenadora da Campanha de Clima do Greenpeace, esteve no encontro de Paris. “A boa notícia é que sabemos hoje bem mais sobre o clima de nosso planeta e sobre o impacto que causamos nele. A má notícia é que quanto mais sabemos, mais precário o futuro parece. Há uma mensagem clara aos governos aqui: a janela para uma ação está se fechando rapidamente. Se a última notícia do IPCC fosse um chamado de alerta, com certeza essa sirene estaria tocando.”

Sumário das principais descobertas do relatório do IPCC

* Os cientistas estão com 90% de confiança sobre os dados que mostram a participação dos seres humanos nas mudanças climáticas. É o mais alto índice de confiança em todos os quatro relatórios do IPCC até aqui. Os resultados foram colhidos em vários países do mundo para se chegar à conclusão final.

* A sensibilidade climática do planeta aumentou. Antes, em caso de duplicação da quantidade de emissões de gases do efeito-estufa (em relação aos índices pré-industriais), o aquecimento global previsto era de 2,5ºC. Agora esse valor aumentou para 3ºC.

* Se as emissões de gases na atmosfera não for reduzida, o aquecimento global esperado para 2100 é de 1,1ºC a 6,4ºC até 2095 – com relação a dados de 1980-1999.

* A intensidade das tempestades tropicais deve aumentar e isso está diretamente relacionado ao aumento da temperatura da superfície do mar.

* As calotas polares da Antártica e da Groelândia contribuíram para um aumento de cerca de 15% do aumento do nível do mar entre 1993 e 2003. Contudo, os modelos verificados pelos cientistas afirmam que a calota polar antártica deveria estar crescendo, devido à intensa precipitação, o que significa que ainda não é possível explicar o aumento no degelo especialmente no Pólo Sul. Não há previsão para um rápido derretimento e degelo na Groelândia. Portanto, embora saibamos que o nível do mar aumentará, ainda é difícil determinar precisamente o quanto.

* Um aquecimento entre 1,9ºC e 4,6ºC acima dos índices pré-industriais durante 100 anos provocaria a eliminação da calota polar da Groelândia. Isso aumentaria o nível do mar por volta de 7 metros. O relatório também descobriu que as temperaturas futuras projetadas para a região são comparáveis a um aquecimento ocorrido há 125 mil anos, quando o nível dos mares era de 4 a 6 metros maior do que é hoje.

fonte:www.greenpeace.org.br

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