terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Praça ganha o nome do menino João Hélio

Rio - A comoção gerada pela entrevista de Rosa Cristina e Helton Fernandes, domingo, no ‘Fantástico’, fez a jornalista Fátima Bernardes contar ontem no ‘Jornal Nacional’ como se sentiu ao ouvir o desabafo da família. “Sinceramente, quando cheguei àquele apartamento, me senti invadindo a dor alheia. Mas que, na verdade, também é um pouco a dor de cada um de nós. Eu sabia que estava lá porque a família tinha decidido falar, fazer um apelo, um desabafo, e queria fazer esse desabafo para mim. Isso me deu força. Eu respirei e fui em frente”, disse ao marido e colega de bancada, William Bonner. Em fevereiro de 2005, Fátima e Bonner ficaram sob a mira de assaltante de 19 anos que invadiu a mansão onde moram na Barra. Bonner se atracou com o ladrão, que só não foi para o quarto dos três filhos do casal porque ela implorou por eles. Fátima destacou a firmeza dos pais de João. “O que mais me impressionou foi a força e a união daquela família. Porque passado aquele primeiro choque brutal da morte, do enterro do menino, eles logo decidiram que precisavam falar. O maior medo dessas pessoas, não só dos pais, mas eu conversei com os tios e as tias que estavam lá naquele apartamento, é que a morte do João Hélio, o martírio dele, seja mais uma morte, mais um número, e que nada mude.” E ressaltou que eles não falam em pena de morte ou vingança. “Só falam em justiça. Fica muito claro que eles desejam uma ação, que esperam uma solução para essa violência toda, que não é uma solução só para eles, mas para todos nós”, concluiu a jornalista. PRAÇA GANHA O NOME DO MENINO JOÃO HÉLIO Em decreto publicado ontem no Diário Oficial, o prefeito Cesar Maia determinou a mudança do nome da Praça Três Lagoas, em Cascadura, onde o corpo do menino foi encontrado, para Praça João Hélio Fernandes Vieites. Ontem, no local, o clima era de indignação. “A rua está de luto, nunca mais será a mesma. Vamos lembrar a atrocidade que aconteceu aqui para sempre”, disse o entregador Gilson Almeida. Em Araruama, uma área do Parque Hotel também receberá o nome. Diversas homenagens ocorrerão até sexta-feira, quando haverá missa campal na Paróquia Santo Sepulcro, em Cascadura. Para hoje, estão programados protestos. Uma corrente de internautas pede que cariocas saiam de casa com roupas pretas. Na Internet, usuários do Orkut (site de relacionamentos) colocaram ontem imagens de flores no lugar de suas fotos. O número de comunidades sobre o episódio passou de mil, com mais de 60 mil usuários, no início da noite. A irmã de João, Aline, recebeu muitas mensagens de amigos no Orkut. “Todos nós estamos com você. Seu irmãozinho estará com você sempre”, disse uma jovem. Amanhã, data do sétimo dia da morte do menino, a cerimônia será na Igreja da Candelária, no Centro. Ontem, no Centro Espírita León Denis, em Bento Ribeiro, freqüentado pela família, houve palestra. Parentes do menino estiveram no local sábado e foram confortados.
Fonte:Editoria - Rio - O Dia Online

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