quarta-feira, 28 de março de 2007

Helicóptero bate em poste e cai em Itaboraí


O que era para ser mais um corriqueiro resgate do Corpo de Bombeiros quase se transformou numa tragédia de grandes proporções em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, ontem. Com a missão de atenderem a um chamado de atropelamento na Avenida 22 de Maio, três militares deixaram a Zona Sul da capital num helicóptero. Ao tentar pousar, por volta das 13h, a aeronave se chocou contra um poste de luz e perdeu o controle. Antes do pouso forçado, uma parte da hélice se soltou e cortou o pescoço e as costas de um estudante. Os destroços também atingiram residências e estabelecimentos comerciais.

Os três bombeiros que estavam no helicóptero sofreram ferimentos e contusões leves. O adolescente atingido foi submetido a cirurgia no Hospital Leal Junior, na própria cidade. Até o início da noite, segundo familiares, o menor passava bem. No entanto, detalhes sobre a operação não foram dados pela unidade médica. Já o trocador de ônibus que foi atropelado por uma van - acidente que motivou o chamado de resgate - teria sofrido uma grave lesão no braço. A informação também não foi confirmada por funcionários do hospital.

Atropelamento – Trocador de ônibus, Cleiton Cristian da Cruz Pereira, de 20 anos, foi atropelado pela van dirigida por Gilmar Marins, de 42, quando tentava atravessar a Avenida 22 de Maio, sentido Niterói. O veículo, placa DNK-4481 (São Gonçalo), era usado como lotada no trajeto Itaboraí-Rio. Segundo bombeiros do quartel de Itaboraí, o pedido de auxílio aos colegas da Lagoa, na Zona Sul do Rio, foi motivado em virtude do estado grave da vítima.

Chamados para socorrê-lo, o tenente-coronel Roget e os capitães Quintanilha e Diamantino, do Corpo de Bombeiros do Rio, acabaram sendo vítimas de um segundo acidente, além de, involuntariamente, provocarem um terceiro.

Marcos Adriano, de 13 anos, estava indo para o Ciep

O estudante Marcos Adriano Miranda Dias, 13 anos, foi o atingido pela hélice do helicóptero. Ele seguia para o Ciep Dr. Elias de Miranda Saraiva, onde cursa a 2ª série, quando sofreu cortes profundos no pescoço e nas costas.

Pais do estudante, a doméstica Jussara de Marins, de 32, e o servente Joceir Miranda Dias, de 33, disseram que a notícia foi dada pela filha mais velha, que acompanhava o irmão caçula até o colégio.

"Eu ouvi o barulho de um helicóptero pousando na avenida, mas nunca imaginei que pudesse acontecer um acidente desse tipo. Quando minha filha chegou chorando em casa, logo pensei que meu filho estava morto", disse a mãe, aos prantos.


Testemunhas – Além da hélice, parte da fuselagem do helicóptero se espalhou até dentro de casas e lojas. A comerciante Maria da Silva Barros, de 61, teve seu balcão e latas de refrigerante destruídos por um pedaço da aeronave. Segundo ela, o susto espantou todos os seus clientes que almoçavam na hora do desastre.

O também comerciante Uelton Oliveira, de 24, que trabalha em uma ótica na Avenida 22 de Maio, também foi atingido. No entanto, sofreu apenas um ferimento leve na perna e sequer precisou de ajuda médica.

Estrondo - Morador da via, Antônio Paulo, de 40, também se assustou com o acidente. Ele teve a janela da sala quebrada.

"Fiquei com medo quando ouvi o estrondo. Por isso me distanciei da janela, caso contrário poderia ter sido atingido. Acho muito bonito o trabalho deles. Em questão de tempo foram muito eficientes, mas infelizmente o resgate não deu certo desta vez", lamentou.

Após a perícia no helicóptero, cujo resultado ficará pronto nos próximos dias, um guindaste e uma carreta foram usados para rebocar a aeronave avariada.

O Fluminense

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