quarta-feira, 28 de março de 2007

Metralhadoras são furtadas de arsenal do Exército em Copa

O Comando Militar do Leste (CML) investiga, desde segunda-feira, o furto de duas armas do acervo do Museu Histórico do Exército, no Forte de Copacabana, na Zona Sul. A Seção de Comunicação Social do CML informa, em nota enviada ao Jornal do Brasil, que uma metralhadora Madsen, calibre 7,62 mm, e uma metralhadora Browning .30 foram "subtraídas do seu local de exposição, sem autorização". As duas armas, de acordo com o Exército, não têm poder de tiro.

O furto deve ter ocorrido no fim de semana, mas, de acordo com o CML, só foi descoberto na manhã de segunda-feira. O caso vem sendo apurado em sigilo por um Inquérito Policial Militar (IPM), instaurado pelo comando da unidade "para apurar em que circunstâncias o armamento foi subtraído do museu". A nota não informa se o Forte foi invadido por bandidos nem se há a suspeita de participação de militares no crime.

As armas teriam sido levadas da área do museu conhecida como fortificação, onde estão os dois canhões do Forte apontados para o mar. Ontem, o setor não estava aberto à visitação, como constatou a reportagem do JB. Apesar de o CML garantir que as armas "não dispõem dos mecanismos necessários ao seu funcionamento, isto é, não têm condições de serem utilizadas para a execução de tiro", especialistas em armamentos garantem que as duas metralhadoras podem ser reformadas, voltando a fazer disparos.

A Browning .30 é um modelo de fabricação americana de 1918. Refrigerada a água, pode dar até 3.000 tiros em cinco minutos. Já a Madsen 7,62 mm é de origem dinamarquesa e foi fabricada em 1935. Ainda hoje, informaram especialistas, as duas são usadas em alguns países em conflito.

- Se uma arma dessa chega nas mãos de um bom armeiro do tráfico, volta a funcionar - garante o diretor do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), Ronaldo Leão. - As armas dependem muito da parte externa, mas são recuperáveis.

De acordo com Leão, uma metralhadora como a Browning .30, recuperada, seria capaz de inutilizar os caveirões - blindados da polícia - durante uma operação policial. Na avaliação do especialista, as duas armas têm valor histórico e para uso militar. No mercado negro, uma Madsen pode valer US$ 4 mil, enquanto a Browning chegaria a até US$ 8 mil.

- Como podem levar duas armas dessas de uma unidade militar? Essa Browning precisa de duas pessoas para ser carregada - disse Leão. - E ainda fica o risco de uma dessas armas parar no arsenal do tráfico.

JB Online

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