terça-feira, 24 de julho de 2007

Brasil estréia com vitória fácil sem conseguir esconder a crise


A estréia da seleção brasileira de vôlei masculino, 3 x 0 contra o Canadá, foi tensa. Não pela disputa com um adversário mais fraco que cedeu a vitória com parciais de 25 X 19 (em 22min), 25 x 18 ( 23min) e 25 x 17 (22 min). O problema foi que a seleção não conseguiu esconder a crise gerada pelo corte do levantador Ricardinho, o melhor jogador do mundo.

Os jogadores do Brasil entraram em quadra sem seu capitão. Na folha fornecida pelos organizadores com a escalação dos dois times não havia indicação de quem seria o comandante do Brasil em quadra. Só os mais atentos percebiam que Giba tinha herdado o posto do amigo Ricardinho por conta da faixa preta grudada na camisa como manda a tradição do esporte.

Todos os jogadores traziam uma faixa preta no braço e muitos torcedores devem ter se perguntado se era uma homenagem da equipe às vítimas do acidente da TAM ou um protesto pela falta do capitão Ricardinho.

Pior que a falta de um capitão porém pode ter sido a falta de unanimidade junto aos torcedores. O técnico Bernardinho recebeu uma vaia ao ser anunciada a formação das equipes. Foi uma vaia localizada que acabou sufocada pelos organizadores de torcida, mas mesmo assim o técnico da seleção brasileira foi vaiado em pleno Maracanãzinho.

Na hora em que Bernardinho chamou o filho, Bruno Rezende, para entrar em quadra pela primeira vez no Pan foi impossível esconder outra vaia. Desta vez sonora, longa e barulhenta. Bernardinho ficou lívido ao lado da quadra. O clima só melhorou quando os organizadores profissionais de torcida conseguiram puxar um coro de "Bruno, Bruno" para compensar.
E apesar da contagem progredir sem sustos ao ritmo to ataque mais poderoso que o vôlei já conheceu, o time não mostrou a fluência de sempre.
O volume de jogo ficou comprometido talvez pelo fato de Marcelinho, o novo levantador titular da seleção, não ter a mesma amplitude de recursos que Ricardinho. Faltou também um pouco de entrosamento, o que é natural, pois até pouco tempo Marcelinho assistia as exibições to ataque comandado por Ricardinho do banco.
O Canadá até tentou se aproveitar dos desacertos do Brasil. Liderou o início do terceiro set por 3 x 1 e se manteve na frente até 11 x 9, o que obrigou o libero Serginho a gritar muito com seus companheiros.
RIO DE JANEIRO (Reuters)

Nenhum comentário: