
A ausência de um exame laboratorial sobre o estado da “carne do Exército”, como os moradores de Ricardo Albuquerque apelidaram as 76 toneladas do alimento, não preocupou muito as pessoas que desenterraram e comeram o produto. Embora o alimento estivesse congelado e embalado quando foi retirado da terra, a carne foi apontada como “imprópria” pela Receita Federal, porque a documentação estava irregular e a carne veio de outro país, sem inspeção válida.
Uma vizinha apareceu ontem na rua Boaçu, que dá acesso ao local em que a carne estava, para perguntar sobre a saúde dos moradores: “Alguém morreu?”. Ouviu que as pessoas que comeram não passaram mal e soltou: “Então agora vou cozinhar meu pedaço”.
Segundo a nutricionista Marinéia Branco, se o alimento estivesse contaminado com alguma bactéria, os moradores de Ricardo de Albuquerque já teriam apresentado sintomas. Em relação a problemas como a doença conhecida como “mal da vaca louca”, porém, são necessários meses para o diagnóstico.
Ontem, soldados do Exército foram escalados para tapar os burados feitos pelos moradores e enterrar novamente as caixas que ficaram remexidas. Enterrado na noite de quinta-feira, o produto já está descongelado e atraía a presença de urubus.
Os moradores contam que, apesar de o Exército ter avisado sobre a impropriedade do consumo, muitos militares “encheram o jipe” de carne. Até uma Kombi lotada de caixas foi vista nas proximidades da vala em que o alimento foi enterrado. (O Dia online)
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