segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Flanelinhas 'atacam' livremente em ruas de Niterói

A atuação de guardadores de carro regulamentados na cidade, através da concessão à empresa Niterói Rotativa, é restrita ao Centro e a Icaraí, na Zona Sul. Mas na prática, basta qualquer motorista estacionar o carro em uma rua movimentada para ouvir a incômoda pergunta: "E aí, patrão (madame), quer que eu dê uma olhadinha?". Temendo ver o veículo danificado ou, simplesmente, por terem simpatizado com o flanelinha, muitas pessoas acabam desembolsando pelo menos R$ 1.

No entanto, a grande maioria dos moradores da cidade não acha correto pagar para estacionar nas ruas, sendo que alguns deles afirmam que a cidade está sendo loteada.

Entre os bairros que mais sofrem com a atuação ilegal de flanelinhas, São Francisco lidera o ranking, seguido por Charitas. Diariamente, após as 19 horas, e nos fins-de-semana ou feriados, o canteiro central da Avenida Quintino Bocaiúva (orla de São Francisco) se transforma num verdadeiro escritório dos guardadores ilegais de carro. Já na Avenida Prefeito Silvio Picanço (orla de Charitas) a atuação fica restrita às margens do calçadão.

Segundo os freqüentadores destes dos bairros, dependendo do carro, alguns flanelinhas chegam a pedir entre R$ 3 e R$ 10. Mas no caso de festas particulares em casas noturnas, a tabela de preços fica mais salgada e a tarifa, irregularmente cobrada, não fica abaixo da casa dos R$ 10.

Clientes dos bares e restaurantes da orla de São Francisco ou dos quiosques de Charitas têm que arcar com a despesa extra do estacionamento. Foi o caso do turista de Natal Daniel Dantas, de 32 anos, levado pela amiga e moradora de Icaraí Mariana Peçanha, de 31, para conhecer o point.

"Confesso que fiquei um pouco impressionado com a forma com que os flanelinhas abordam os motoristas. Eles chegam pedindo R$ 3. Na minha cidade, infelizmente, esta prática já se tornou comum, mas lá os motoristas dão menos de R$ 0,50 e não escutam ofensas", disse Dantas, que é analista de sistemas.

Familiarizada com a situação, Mariana, que é universitária, contou que no bairro onde mora a atuação de guardadores é bem menor. Contudo, acha o serviço normal.

"Geralmente acabo dando R$ 3. Acho que estas pessoas estão na rua porque precisam trabalhar. Até hoje nunca me senti ameaçada", disse a jovem.

Ação paralela - Em Icaraí, um dos bairros que tem a concessão da Niterói Rotativa, guardadores de carro legalizados dividem espaço com flanelinhas. O polígono, que fica sob os cuidados dos vendedores de cartela, é formado, segundo a secretária de Serviços Públicos, Trânsito e Transporte, Dayse Monassa, pelas ruas Miguel de Frias, Joaquim Távora e Avenida Roberto Silveira. No entanto, segundo motoristas, o entorno da Praça Getúlio Vargas, após às 19 horas, é ocupado por flanelinhas irregulares.

( O Fluminense Online)

Nenhum comentário: