segunda-feira, 23 de março de 2009

Descententes de escravos da Região dos Lagos virão tema de documentário

Num mundo onde as barreiras culturais há muito tempo foram rompidas, seis irmãs quase centenárias preservam involuntariamente hábitos hoje praticamente contados apenas nos livros de história. Na área rural de Iguaba Grande, município da Região dos Lagos a 123 quilômetros do Rio de Janeiro, Georgina, Sigislene, Hermanda, Maria, Hilda e Luiza da Conceição seguem a vida de acordo com tradições herdadas de seus ascendentes do Congo escravizados no século XIX. Elas são remanescentes do quilombo de Papicu, já extinto. Fechadas em seu próprio mundo, as “irmãs congas”, como são conhecidas, se comunicam por meio de um dialeto próprio, onde palavras em português dão lugar a expressões bantu.
Na contramão do estranhamento provocado na maioria da população local, as congas despertaram a curiosidade de Nilma Teixeira e viraram tema de um documentário patrocinado pela Petrobras. Nilma, que passava seus verões em Iguaba, admitiu sempre ter tido uma forte curiosidade sobre elas quando era criança.
- Lembro delas desde que tinha dez anos. Elas eram adultas e andavam pela cidade vendendo guando – recorda a idealizadora do documentário “Ibiri: tua boca fala por nós”, que deve ser exibido no final deste mês.
(O Globo Online)

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