quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Astro nos EUA, sem futuro na Baixada: a realidade do Lixão de Gramacho


Catadores de materiais recicláveis do lixão de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada, estão orgulhosos por terem sua atividade retratada no filme ‘Lixo Extraordinário’, indicado ao Oscar de melhor documentário. Mas o que esperam mesmo é que a obra desperte a sociedade para o “descaso” enfrentado pela categoria, ainda sem destino definido com a perspectiva de desativação do local até o fim do ano. 
O presidente da associação dos catadores de lixo da localidade, Sebastião Santos, o Tião, 32 anos, um dos personagens do longa, aproveita o momento para se queixar da “falta de políticas públicas concretas” que assegurem o futuro das mais de 7 mil pessoas que dependem direta ou indiretamente do lixão.
Em 2012, entrará em funcionamento o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) em Seropédica, também na Baixada, onde será proibida a entrada de catadores.
No limite de sua capacidade e condenado por autoridades ambientais, o aterro, inaugurado em 1976 e que recebe 8 mil toneladas de lixo por dia (80% da Região Metropolitana do Rio), tem, de domingo a domingo, 24 horas por dia, a presença de pelos menos 2,5 mil catadores. Eles separam diariamente 200 toneladas de recicláveis.
O documentário, de Lucy Walker, codirigido por Karen Harley e João Jardim, gravado ao longo de três anos, retrata o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz junto aos catadores. Vik quer levar Tião a Hollywood no dia 27 de fevereiro, quando a cerimônia de premiação, no Teatro Kodak, em Los Angeles (EUA), será transmitida para mais de 200 países.

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