sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Canto do cisne da primeira bailarina

Coppélia, Giselle, Julieta, Fada Açucarada e tantas outras. Nas últimas três décadas, até os degraus da escadaria do Teatro Municipal já perderam a conta das inúmeras identidades assumidas por sua primeira bailarina, Ana Botafogo. Para comemorar os 35 anos de carreira e 30 no posto mais alto do corpo de baile do teatro, ela resolveu, entretanto, encarnar personagem que nunca havia interpretado antes: a cortesã Marguerite, de “Marguerite e Armand”, uma versão de “A Dama das Camélias”, de Alexandre Dumas, em cartaz amanhã e domingo no Municipal. “Eu mesma escolhi a obra. O fator que mais pesou para a escolha foi o fato de esse balé ser conciso e demandar da bailarina uma interpretação intensa. A bailarina precisa ter experiência para interpretar esse papel”, conta Ana, que, pela primeira vez, extrapola sua atuação no palco para cuidar de toda a estrutura do espetáculo: do cenário e figurinos aos músicos. “Estou exausta”, admite.
Aos 54 anos – que a bailarina reluta em divulgar –, é inevitável para Ana pensar em aposentadoria. “‘Marguerite’ vai ser meu último clássico. O Municipal está me pedindo para fazer o ‘Quebra Nozes’, mas agora quero fazer coreografias criadas para mim”, diz. Mas quem pensa que, depois de 35 anos, ela não vê a hora de se livrar da dança, está completamente enganado. “Depois de me aposentar, sonho ensaiar jovens bailarinas nos papéis que já representei”, conta.(MetroRio/Redação)

No Teatro Municipal (pça. Marechal Floriano, s/no, Centro).
Sábado, às 16h, e domingo, às
17h. A partir de R$ 30.
Tel.: 2332-9191.

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