A Prefeitura do Rio anuncia hoje (16) a criação do Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, na Região Portuária da cidade, e dá início às obras de restauro do Centro Cultural José Bonifácio, dentro do programa Porto Maravilha Cultural. O circuito, sob a coordenação da Subsecretaria de Patrimônio, é um conjunto de locais marcantes para a memória da cultura afro-brasileira que inclui o Cais do Valongo, os Jardins do Valongo, a Pedra do Sal, o Largo do Depósito e o Instituto Pretos Novos, além do centro cultural.
Restauração do Centro Cultural José Bonifácio
O palacete histórico da Gamboa, na Rua Pedro Ernesto, 80, foi inaugurado em 1877 por Dom Pedro II em homenagem ao patriarca da Independência como o primeiro colégio público da América do Sul. Hoje, também conhecido como Centro de Memória e Documentação Brasileira, é sede do Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira, único no gênero na América Latina. A restauração receberá investimento de R$ 3,205 milhões do Programa Porto Maravilha Cultural, que destina 3% dos recursos da venda dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) à recuperação do patrimônio histórico, artístico e cultural da Região Portuária. A Terreng, que venceu a licitação lançada pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio (Cdurp), entregará o prédio restaurado no prazo de 300 dias. A restauração é orientada pela Subsecretaria de Patrimônio.
A importância do Cais do Valongo

Pedra do Sal
No local, o sal era descarregado por africanos escravizados que trabalhavam como carregadores nos cais de atracação e trapiches. Nos degraus escavados na rocha foram fundados os primeiros ranchos carnavalescos, afoxés e pontos ritualísticos na segunda metade do século XIX. Após o trabalho, sambistas estivadores se reuniam para as rodas de samba nas casas das tias baianas.
Jardim do Valongo
A construção do Jardim Suspenso do Valongo foi parte do plano de remodelação e embelezamento da cidade pelo prefeito Pereira Passos, projetado pelo arquiteto Luis Rey, inaugurado em 1906. Ali foram acolhidas quatro estátuas de mármore carrara – Marte, Ceres, Vênus e Juno – retiradas do Cais da Imperatriz. Hoje, elas estão no Palácio da Cidade. Largo do Depósito – Por volta de 1770, o Marques de Lavradio transferiu o mercado de escravos da Praça XV para a região do Valongo. O Largo do Depósito, hoje Praça dos Estivadores, era onde se concentravam os armazéns dos “negociantes de grosso trato” que controlavam o mercado negreiro. Em 1831, foi extinto o depósito de escravos na rua do Valongo.
Instituto Pretos Novos
A transferência do mercado de escravos da Praça XV para o Valongo implicou a mudança do Cemitério dos Pretos Novos do Largo de Santa Rita para o Caminho da Gamboa – hoje, a Rua Pedro Ernesto, 36, onde funciona o Instituto Pretos Novos . O sítio arqueológico foi descoberto em 1996, quando moradores faziam sondagem de solo para obras. Arqueólogos da prefeitura coletaram vários tipos de vestígios e milhares de fragmentos de ossos humanos misturados.
(Ag. Rio de Notícias/Redação)
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