quarta-feira, 28 de março de 2012

Câmara do Rio retira da pauta projeto que proíbe divulgação de material sobre diversidade sexual

Depois de uma manobra para retirar da pauta de votação o projeto de lei que proíbe a divulgação de qualquer tipo de material didático com orientações sobre a diversidade sexual nas escolas da capital fluminense, os vereadores contrários à proposta querem promover uma audiência pública para discutir a questão da homofobia e do preconceito. O Projeto de Lei 1.082/2011, de autoria do vereador Carlos Bolsonaro (PP), deveria ter sido votado na última terça-feira, 27, em segunda instância, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, mas duas emendas foram apresentadas ao texto e a proposta precisará voltar a ser apreciada por comissões. Contrário ao projeto, o vereador Paulo Messina (PV) apresentou uma emenda pedindo a exclusão da palavra “diversidade” da redação. “Foi uma manobra legal. Nosso principal objetivo foi o de ganhar tempo para reflexão sobre o assunto ou o projeto já teria sido aprovado por absoluta maioria”, explicou. Agora, ele pretende convocar uma audiência pública nos próximos dias com a presença de especialistas em educação para que a população e os vereadores saibam mais sobre a questão da homofobia nas escolas e o papel dos materiais didáticos no combate ao preconceito. 

O vereador Dr. Edison da Creatinina (PV) também entrou com uma emenda para alterar o conteúdo do projeto. Dessa forma, a proposta precisa ser analisada pelas comissões de Educação e Cultura, Justiça e Redação, Direitos Humanos, Direitos da Criança e do Adolescente e Administração, antes de poder ser votada novamente. Cada comissão tem até 14 dias para analisar a proposta. A assessoria de Carlos Bolsonaro, autor do projeto, informou que a expectativa do vereador é que as emendas sejam derrubadas quando o projeto voltar para a pauta e que o texto original seja aprovado sem alterações. Durante a sessão de ontem, grupos de defesa dos direitos de gays, lésbicas, bissexuais e travestis protestaram com faixas e cartazes e vaiaram os defensores da proposta. Dos 51 vereadores da casa, 21 votaram a favor do projeto e nove contra, na primeira instância. (ABr/Redação)

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