quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Alcyone Barreto é enterrado ao som de samba de Nelson Cavaquinho

Advogado e baluarte da Mangueira tinha 84 anos e sofreu parada cardíaca
Raphael Azevedo 

Rio - Foi enterrado, na tarde desta terça-feira, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, o corpo de Alcyone Barreto, baluarte da Estação Primeira de Mangueira e advogado criminalista. Na cerimônia, integrantes da agremiação prestaram a última homenagem cantando o clássico "Pranto de Poeta", de Nelson Cavaquinho. O caixão foi coberto com a bandeira da verde e rosa e um ritmista tocou surdo no adeus.

Figura destacada no mundo do samba, Alcyone tinha 84 anos e sofreu uma parada cardíaca em sua casa, em Ipanema, na Zona Sul, nesta segunda. Formado em Direito, Doutor Alcyone, como era mais conhecido, chegou à 
Mangueira na década de 60 atuando como diretor jurídico na gestão do ex-presidente Juvenal Lopes. Depois disso, participou de diversas gestões sempre como advogado e consultor jurídico da Estação Primeira.

Mesmo na cadeira de rodas, Alcyone Barreto participava ativamente da vida da Mangueira. Na imagem, ele aparece com Chiquinho da Mangueira



Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia 

Atuação na Liesa 
Foi também presidente da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro entre 1982 e 1984 e atuou diretamente nos bastidores da construção do Sambódromo com Darcy Ribeiro. Entre 1999 e 2001, desempenhou a função de advogado da Liesa. Nas Organizações Globo, integrou o corpo de advogados por vários anos.

Na Mangueira, foi benemérito, autor de diversos enredos e representante da escola nas reuniões da Liesa. No Paraíso do Tuiuti, ocupou o posto de presidente da agremição. Atualmente, exercia o cargo de sócio-diretor da 
AMI7, empresa de shows e eventos formada por ex-dirigentes da Mangueira. No último mês de abril, participou ativamente da campanha e eleição do presidente Chiquinho da Mangueira e fez questão de votar, mesmo usando 
cadeira de rodas. 

'Uma figura ímpar' 
Para Elmo José dos Santos, presidente da verde e rosa entre 1995 e 2001 e diretor de Carnaval da Liesa, Alcyone Barreto deixa como legado o "belo exemplo de amor e dedicação ao samba e à Mangueira". "Pegou todo mundo de 
surpresa essa notícia. Doutor Alcyone era nosso paizão, uma pessoa que vivia e respirava a Mangueira. Infelizmente não teve a oportunidade de ver a quadra reformada. Deixou uma lição de amor à Mangueira e teve um papel 
importantíssimo na construção do Sambódromo. Como mangueirense, vai reforçar o andar de cima com Cartola, Carlos Cachaça e tantos outros. É uma figura ímpar", exaltou.

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