quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Tiros na Rocinha assustaram moradores durante a final da Copa do Brasil

Moradores da Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, viveram momentos de pânico durante a decisão da Copa do Brasil, na noite desta quarta-feira. Segundo relatos enviados para o WhatsApp do Extra (21 99644-1263), várias pessoas estavam na rua assistindo à final entre o Flamengo e o Atlético-PR quando tiros começaram a ser disparados na localidade conhecida como Roupa Suja. De acordo com as informações de moradores, o confronto foi entre bandidos.

- Havia muita gente na rua. Todo mundo se deitou no chão com medo. Os becos ficaram vazios. Depois de cerca de meia hora, parou. Mas o medo continuou - contou um deles.

Segundo o morador - que teme se identificar por medo de represálias, os bandidos circulam armados de pistolas, fuzis, metralhadoras e granadas na parte alta da Rocinha, sem que haja intervenção de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP):

- A polícia mal sobe (o morro). Já faz tempo que isso acontece e ninguém faz nada. A Rocinha está uma terra sem lei, um terror.

A assessoria de imprensa das UPPs informou que a comandante da unidade da Rocinha, major Pricilla Azevedo, nega ter havido confronto no local envolvendo policiais. Um policial da UPP disse, na manhã desta quinta, que os traficantes dispararam tiros para o alto "para comemorar a vitória do Flamengo".

Operação
Na manhã desta quinta-feira, policiais civis da 15ª DP (Gávea) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) fazem uma operação na Rocinha.


As equipes contam com o apoio de um helicóptero. Ainda não há informações de presos, prisões, apreensões e troca de tiros.


Toque de recolher
A queixa de moradores da Rocinha a respeito de bandidos armados circulando pela favela não é novidade. Eles se queixam que, apesar da UPP - inaugurada há pouco mais de um ano - o tráfico continua ditando as regras na comunidade. No início deste mês, pelo menos cinco moradores da região conhecida como Valão, na parte baixa da Rocinha, contaram à equipe de reportagem do EXTRA que traficantes estabeleceram um toque de recolher no local.

Segundo o relato dos três homens e duas mulheres, diariamente, por volta das 21h30m, um traficante armado passa pela localidade avisando aos moradores, aos gritos, que quem está na rua precisa entrar em casa porque “o tiroteio vai começar”.

Tráfico ainda lucrando
Além de não inibir os bandidos armados, a UPP da Rocinha também não foi capaz de diminuir os lucros do tráfico, que continua movimentando R$ 10 milhões por mês. A informação, levantada pelo setor de inteligência da unidade, foi revelada pela comandante da UPP, major Pricilla Azevedo, logo após tomar posse, no início de novembro.

Em abril de 2011, antes da ocupação da favela pela polícia, um levantamento da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) apontou que a quadrilha movimentava R$ 8 milhões. (Extra/Redação)

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