sexta-feira, 20 de junho de 2014

Polícia indicia 5 suspeitos de matar jovem na Cidade de Deus, no Rio

A Polícia Civil descartou a possibilidade de envolvimento de PMs na morte de Lucas Farias dos Santos, de 13 anos, na localidade conhecida como Caratê, na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, e indiciou cinco homens pelo crime. O jovem levou um tiro no peito, foi socorrido, mas morreu durante uma cirurgia no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na semana passada.
Como mostrou o Bom Dia Rio nesta sexta-feira (20), segundo o delegado Geneton Lages, da Divisão de Homicídios (DH), o crime ocorreu durante uma troca de tiros entre PMs e suspeitos.
“Ocorre que muito próximo de onde os tiros estavam sendo recebidos pelos policiais, o garoto vinha chegando de bicicleta. O posicionamento dele foi muito importante pra definir a impossibilidade de os policiais serem os autores, porque, na verdade, ele está na retaguarda dos policiais. E aí, de pronto, a gente afasta os policiais. E coloca quem como autor? Um daqueles traficantes”, explicou.
Testemunhas confirmam
Ainda segundo a polícia, as testemunhas que passavam pelo local do crime confirmaram a presença de suspeitos armados e o posicionamento delas de acordo com o que foi sugerido pelas investigações. “Ouvimos testemunhas que estavam próximas. Uma testemunha viu os caras armados, confirmou a troca de tiro e mais: confirmou o posicionamento de todo mundo que estava ali”, confirmou Lages. 

O delegado da especializada contou que os cinco suspeitos envolvidos no tiroteio são: Leonel Alvez de Jesus, Thiago dos Santos, conhecido como Guia, Victor Hugo Cazumba Passagem, o Dorime, Júlio César Batista de Santana, o Dimaçã, e Ricardo Eduardo Alves Correa Damião, o Neném.
A Justiça expediu mandados de prisão temporária para eles que, segundo a polícia, já são considerados foragidos. Segundo os agentes que prestaram depoimento, pelo menos dois suspeitos, Leonel Alvez e Ricardo Damião, estavam armados e atirando no momento do crime.
'Não teve tiroteio', diz pai
Na segunda-feira, moradores da comunidade fizeram um protesto. Segundo eles, o garoto foi atingido quando policiais entraram atirando em um beco. A equipe de reportagem conversou com Paulo Farias, pai de Lucas. Ele contou que, no momento em que o filho foi baleado, andando de bicicleta, o filho levava o irmão caçula, de 11 anos, na garupa.

“Não teve tiroteio. Eu mesmo, dentro de casa, só escutei um tiro e o meu filho que tava atrás da bicicleta não escutou vários tiros. Se não, se fossem vários tiros, acho que meu filho tinha morrido também porque eles estavam juntos. Meu filho [caçula] falou que só viu o carro da polícia passar e o irmão dele levar o tiro”, contou.
Reconstituição
A polícia confirmou também que a reconstituição da morte será feita nos próximos dias. Além dos cinco homens, já identificados, está sendo investigada também a participação de outros criminosos.

“Existe uma tentativa de homicídio em face dos policiais, primeira coisa. Segunda, há um homicídio, que quem deve responder são os traficantes, que, na verdade, agiram tentando matar um policial, erraram e acabaram matando o garoto. Agora, eu vou ter que prender esses cinco pra saber quem são os outros, porque, pode ser que o atirador seja um dos vulgos que eu não identifiquei. Pelo que os policiais me disseram, quem pode ter dado o disparo foi um dos identificados”, explicou o delegado. (G1/Redação)

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