quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Beltrame solicita 'expulsão sumária' de PMs suspeitos de estupro no Rio

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou por meio de nota, na tarde desta terça-feira (6), que tem acompanhado de perto o desenrolar das investigações que apuram o estupro ocorrido na madrugada de terça-feira (5), no Jacarezinho, Subúrbio do Rio. Os policiais militares, apontados como autores do crime, já estão presos e o secretário vai solicitar expulsão sumária dos autores.


Na nota, o secretário pede desculpas às vítimas e aos familiares e afirma que as circunstâncias das denúncias contra agentes só "agravam o que já é muito grave". "Infelizmente, a polícia não está imune de admitir em seus quadros pessoas que vão trair a missão de servir e proteger", acrescenta.


Identificação
Os PMs presos em flagrante foram identificados como Gabriel Machado Mantuano, Renato Ferreira Leite, Wellington de Cássio Costa Fonseca e Anderson Farias da Silva. Eles vão responder pelo artigo 232 do Codigo Penal Militar (constranger mulher a conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça), além de abuso de autoridade. O PM Anderson Farias da Silva também foi indiciado pelo crime de roubo do celular de uma das mulheres. Outros dois PMs estão presos administrativamente.

De acordo com o delegado Niandro Ferreira, uma perícia foi realizada no local e as mulheres foram encaminhadas para exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML). O delegado aguarda ainda os resultados dos laudos da perícia.

Ainda segundo o delegado que acompanha o caso, os quatro PMs que foram levados para o BEP confessaram que estavam no local informado pelas vítimas, mas não admitiram ter abusado sexualmente das mulheres. Os policiais foram identificados pelas mulheres.

A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) informou que o comandante da UPP Jacarezinho, major Renato Senna, ao saber do registro na delegacia, determinou que todos os policiais ficassem na base da unidade, mesmo aqueles que já haviam cumprido seu horário de serviço. A corporação afirmou que está colaborando ao máximo para a apuração da denúncia, que considerou gravíssima.

Expulsão sumária
Segundo informações da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), o pedido de expulsão sumária solicitado por José Mariano Beltrame se refere ao fato dos policiais acusados terem menos de dez anos na corporação. Eles vão responder a um processo no Conselho de Revisão Disciplinar, que é mais rápido.

De acordo com a Seseg, há 220 policiais presos na Unidade Prisional da Polícia Militar, todos com prisão autorizada pela Vara de Execuções Penais. Os policiais ficam presos nos batalhões quando cometem infrações ou delitos de ordem disciplinar ou desvios de conduta mais leves - a prisão pode ter caráter punitivo, por exemplo.
Quando há crimes como homicídio, eles são presos na Unidade Prisional e, ao serem expulsos, são transferidos para o sistema penal onde respondem na Justiça comum. (G1/Redação)

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