domingo, 25 de fevereiro de 2007

O governo reabilita projeto Rio Bus


A contagem foi feita por uma equipe do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe (UFRJ). No horário de maior movimento, entre 8 e 10 horas, 575 ônibus trafegam pela Avenida Rio Branco. O número alarmante – o fluxo é de cinco novos veículos a cada minuto – explicita bem o engarrafamento ao longo dos 2 quilômetros da via. A aferição – e sua assustadora constatação – fez ressurgir nos gabinetes o debate sobre o Rio Bus, projeto elaborado na virada do século pelo coordenador do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe, Paulo Cezar Martins, mas nunca implementado. Fundamentalmente, o Rio Bus recomenda a criação de uma linha circular no Centro da cidade, que seria interligada às linhas vindas das zonas Norte e Sul. "Embora não seja o único objetivo do projeto, a Avenida Rio Branco ficaria praticamente livre dos ônibus, com exceção dos circulares", diz Paulo Cezar. O estudo prevê ainda a criação de linhas transversais da Zona Norte à Sul, com ônibus articulados que passariam pelo Túnel Rebouças, pela Linha Vermelha e pela Linha Amarela.

O município do Rio tem 600 linhas de ônibus. O número sobe para 800 se forem levadas em consideração aquelas onde há pequenas alterações no trajeto – como, por exemplo, as que têm opções via Túnel Santa Bárbara ou Rebouças. O projeto estabelece reduzi-las à metade, numa queda para 300 linhas. Os itinerários circulares do Centro passariam pelas avenidas Presidente Vargas, Francisco Bicalho e pela Praça Quinze, onde se situariam os terminais para os ônibus vindos das zonas Norte e Sul. O esboço com os novos traçados ganhou o reforço de um programa de computador que faz simulações sobre a retirada de veículos. "Esse software desenvolvido na Coppe permite testar o remanejamento de automóveis, ônibus, táxis, caminhões e vans que passam no horário de pico pela Rio Branco", diz Paulo Cezar. Além dos 575 ônibus, os pesquisadores da Coppe contaram em apenas um dia, no horário crítico, 530 carros particulares, 948 táxis, 35 caminhões e 379 vans e Kombis.

Os números vultosos e as propostas de solução para o nó do trânsito no Centro voltam a ocupar a cabeça de autoridades municipais e estaduais. O primeiro passo será a reunião entre o secretário municipal de Transportes, Arolde de Oliveira, e o secretário estadual de Cultura, Luiz Paulo Conde. Quando prefeito, Conde foi quem encomendou o projeto de melhora do trânsito à Coppe. Com sua derrota na eleição, o Rio Bus acabou esquecido num escaninho. A reabilitação do projeto é apenas o passo inicial, uma vez que até 2009 pouca coisa poderá ser feita em termos de remanejamento e extinção de linhas. "Até 2009 estamos engessados pelas concessões para as linhas municipais de ônibus. Mas até lá teremos tempo para elaborar o novo plano e ver, também, como os trens vão responder à nova demanda", diz o subsecretário municipal de Transportes, Dalny Sucasa. Os trens fluminenses transportam 220.000 pessoas em 160 quilômetros de malha férrea. O metrô, que locomove 500.000 cariocas diariamente, também será fundamental para equacionar o problema.

Fonte: Veja Rio On-Line

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