quarta-feira, 21 de março de 2007

Exclusão, principal responsável pela violência

“Larguei a Polícia porque não agüento mais olhar para alguém que é um monstro, mas é uma criança”. Deputada federal Marina Magessi (PPS-RJ)

O bandido não é fruto da pobreza, mas da exclusão social. Foi o que sustentou a deputada Marina Magessi (PPS-RJ) em seu primeiro discurso no plenário.
“Não sejamos hipócritas, o que faz alguém ser bandido é a exclusão. E o que acontece no Rio de Janeiro é que esses meninos não têm uma instituição por trás deles; não têm família, não têm escola, não têm igreja, não têm Estado. Só têm a cocaína, que os torna verdadeiros monstros. E quando vão para a cadeia se tornam muito mais monstros”, afirmou a deputada. Ela criticou também a mídia por pautar matérias dando visibilidade a bandidos que implantam o terror. “O que acontece no Brasil é que a mídia pauta tudo, e quem fala através dela são as próprias autoridades, irresponsáveis,que plantam o terror.
Combate às Causas
Ela disse que o crime precisa ser enfrentado através do combate às suas causas. “Hoje, no Rio de Janeiro, um menino deixa de ser menino e vira bandido com cinco anos de idade, e a solução é evitar que isso continue acontecendo”, recomendou a deputada.
Ela lamentou o fato de a sociedade só debater a segurança quando um crime bárbaro acontece. Ela rebateu a idéia disseminada pela mídia de que haja um grande esquema de crime organizado sustentado pelo tráfico de drogas. “Eu pergunto: qual dos assassinos do menino João Hélio era traficante? nenhum.Qual dos assassinos dos franceses era traficante? nenhum”, questionou a deputada.
Na visão dela, os criminosos são monstros porque são criados para ser monstros no sistema penitenciário.
Ex-inspetora de Polícia, ex chefe da Inteligência da Polícia Civil e ex- titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes do Rio de Janeiro, Marina Maggessi trabalhou 17 anos como policial. Eleita outubro passado, é deputada federal pelo PPS-RJ.

Thereza Christina Jorge (Fonte Jornal da Câmara de 6/3)

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