terça-feira, 20 de março de 2007

Street offices X home offices





As dificuldades econômicas do país e o desemprego fazem com que aumente a cada dia o número de pessoas que se utilizam de áreas públicas para o comércio de produtos, tirando dessa atividade a sobrevivência.
É o chamado street office, um antônimo do sofisticado espaço que os decoradores chamam de home office.



Num censo que incluiu também os profissionais liberais mas excluiu domésticos, o IBGE e o Sebrae chegaram a interessantes resultados na polêmica Pesquisa Economia Informal Urbana,de 2003.
Segundo a pesquisa, havia em 2003 um total de 13,86 milhões de pessoas ocupadas em empresas informais urbanas no país, contra 12,87 milhões em 1997.
Técnicos do IBGE estimam que o percentual de quase 13% de participação do informal no PIB é um número significativo, mas é bem menor do que circula em alguns meios acadêmicos, que falam de uma informalidade da ordem de 40% do PIB.
Padaria, escritório, salão de beleza, papelaria, loja de ferragens, ótica, sapataria, qual ramo do comércio que ainda não tem o seu representante num street office?
Sapateiro, manicure, enfermeiro, churrasqueiro, secretários, cabeleireiro, e outros prestadores de serviços também torcem para que não chova, como outrora o velho camelô.
Camelô é uma palavra ultrapassada. Diante do número crescente de profissionais absorvidos pelo mercado dos street offices, teremos que pesquisar velhas palavras (mascate?) ou criar um novo substantivo para quem trabalha na rua.



O IBGE constatou em 2003 que entre os proprietários das empresas informais, com ou sem empregados, quase um terço do total (3,2 milhões) começaram seus negócios porque não conseguiram emprego formal. Mas para 16,5% do total (1,7 milhão) o objetivo da opção foi o de poder trabalhar com maior independência.
Segundo o Sebrae, o street office requer um investimento inicial de R$ 1.500,00 e uma área de trabalho de 6 m2. Os equipamentos básicos são:barraca de estruturas metálicas desmontáveis
-cobertura de toldos;saia de lona para cobrir as laterais e frente da barraca;suporte com rodinhas (carrinho manual) para transportar os equipamentos e mercadorias; ou se possível um veículo automotor leve; estoque das mercadorias que se escolheu trabalhar.



Mas quem estiver pensando em abrir um street-office, saiba que a lucratividade é decrescente desde 97, segundo a pesquisa do IBGE/Sebrae. Ao mesmo tempo que incorpora mais trabalhadores o mercado informal está dando retorno menor.
Em 1997 as empresas lucrativas representavam 93% do total, parcela que caiu para 73% em 2003. E que ainda registrou queda em 2005.

Texto e fotos de Thereza Christina Jorge para o Blog InformativoRio.

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