Deputados vão adquirir 35 veículos por R$ 1,67 milhão para substituir os atuais Santanas
Depois de um mês e meio de avaliações, a Mesa Diretora da Assembléia Legislativa bateu o martelo e anunciou ontem que não fará licitação para a compra dos novos carros oficiais da Casa. O substituto dos Santanas, que saíram de linha, será o Volkswagen Bora. A primeira compra vai ser de 35 veículos, ao preço de R$ 47.886 cada, o que resultará em um gasto total de R$ 1.676.010.
O argumento para não realizar a concorrência, obrigatória pela lei das licitações, é de que o Bora é considerado pela Volkswagen o substituto natural do Santana. É que a lei permite que as frotas públicas sejam padronizadas. Os deputados ainda sustentam a tese espelhando-se na troca dos carros oficiais do Tribunal de Justiça. Segundo os deputados, o TJ comprou 120 Boras ao susbstituir Santanas.
Para evitar alarde, a reunião da Mesa, que começou às 15h30, foi convocada poucas horas antes. Além disso, apenas os deputados e poucos diretores puderam ficar na sala. Não foi permitida a entrada de nenhum assessor parlamentar. Ao fim da reunião, o segundo vice-presidente da Casa, deputado Gilberto Palmares (PT), foi escolhido para anunciar oficialmente a decisão.
“A compreensão foi a de que a Casa vem adotando a linha Volkswagen há muitos anos. Só estamos fazendo essa discussão porque o Santana saiu de linha e o Bora é o carro da Volkswagen que tem adequação. Ele não provoca uma série de mudanças que teriam de ser feitas em treinamento de pessoal e em ferramental”, explicou.
Segundo o parlamentar, outro motivo que levou à opção pelo carro da Volkswagen foi o fato de ser R$ 7 mil mais barato que o Renault Mégane (R$ 54.900), o preferido dos deputados Renata do Posto (PAN), José Camilo Zito (PSDB), Pedro Fernandes Neto (PFL) e Dica integrantes da comissão criada para escolher qual seria o novo carro oficial da Alerj.
A opção por não fazer licitação, no entanto, trará mais gastos à Alerj. Para se ter uma idéia, basta comparar o preço do Peugeot 307 Sedan, que chegou a ser oferecido à Casa por R$ 42.344. A economia inicial nesse caso seria de R$ 193.970. Se a licitação fosse realizada, a Assembléia ainda permitiria que outras montadoras apresentassem mais alternativas para a renovação da frota.
“O que foi informado é que a partir do momento que a Casa tem definição por uma linha e que a compra é feita diretamente na fábrica, você não tem licitação. Vai discutir menor preço aonde?”, questionou Palmares. Segundo ele, a Procuradoria da Alerj deu parecer avalizando a decisão.
TROCA DE FROTA DECIDIDA EM FEVEREIRO
A novela da compra dos novos carros oficiais da Assembléia Legislativa começou em fevereiro. Logo após a eleição da Mesa Diretora, o presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB), criou uma comissão formada pelos deputados José Camilo Zito (PSDB), Renata do Posto (PAN), Pedro Fernandes Neto (PFL) e Dica (PMDB) para avaliar o carro que substituiria os Santanas. Os quatro chegaram a escolher o Renault Mégane (R$ 54.900), que era a opção mais cara entre as três inicialmente apresentadas. Depois da péssima repercussão, a Assembléia voltou atrás e decidiu rever a compra. Para evitar uma licitação que poderia ter como vencedor um carro menos luxuoso, a Casa optou pelo Bora.
O Dia Online
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