domingo, 22 de abril de 2007

Obra da 'nova' Alameda deve começar em agosto


Os aposentados Marinela Guimarães, de 75 anos, e Almir Menezes, de 79, há mais de sete décadas moram na Alameda São Boaventura, no Fonseca, Zona Norte de Niterói. Ao longo dos anos, as mudanças aconteceram diante dos seus olhos e mexeram com suas rotinas. E eles estão prestes a presenciar uma das maiores transformações já realizadas na via, que é hoje uma das mais importantes da cidade. O Corredor Viário da Alameda, que promete transformar a área em uma via expressa, deve começar a sair do papel em junho, quando será aberta a licitação. E em agosto, as obras devem estar em andamento. Em março de 2008, a população poderá conferir os resultados finais.

Atualmente, a Alameda São Boaventura recebe grande parte do fluxo de veículos provenientes de São Gonçalo, destinados ao Centro de Niterói e ao Rio de Janeiro. A via também concentra o tráfego que segue para a Região dos Lagos e Maricá. Segundo dados da Secretaria Estadual de Transportes, trafegam, diariamente, pela Alameda 530 ônibus, com 112.627 passageiros.

De acordo com o secretário de Transportes do Estado, Julio Lopes, o projeto, que tem como meta desafogar o trânsito na região, prevê a cobertura de parte do canal para a implantação de estações de embarque e desembarque de passageiros. Ao todo, estão programadas a construção de seis plataformas: no início da Alameda, próximo ao Hospital Getúlio Vargas Filho (Getulinho), em Riodades, no Santo Cristo, nas proximidades da Fundação Jardim Zoológico de Niterói (ZooNit), no Bairro Chic e na altura do colégio Nossa Senhora das Mercês.

Além disso, a via contará com travessias com sinais para pedestres nas estações, Onda Verde (seqüência de sinais abertos ao mesmo tempo) e o monitoramento constante por câmeras, que vai possibilitar o melhor controle de tráfego. O tratamento paisagístico e arborização já estão previstos.


Apoio – As melhorias na via contam com a aprovação da população. A funcionária pública aposentada Marinela mora há 70 anos na Alameda. Ela acredita que as intervenções serão benéficas para os moradores e comerciantes da região.

"Lembro bem do meu tempo de criança, que ainda podia brincar sem preocupação. Mas acho que o progresso trouxe coisas muito boas. Temos oferta de transportes, além de contar com uma gama variada de comércio. Os únicos problemas são a violência e o tumulto no trânsito. Acho que o Corredor Viário vai ser muito bom para todos que freqüentam a via", contou ela.

A implantação do Corredor Viário é motivo de comemoração para o funcionário público aposentado Almir Menezes.

"Muita coisa mudou para melhor e o trânsito só piora. Essa iniciativa tem que sair do papel e nos trazer tranqüilidade", comentou Almir, antes de sua caminhada pela Alameda São Boaventura.

Passado e presente unidos

Quem passa pela rotina agitada da Alameda não percebe a existência de prédios e instituições importantes na história recente e antiga da cidade. São áreas que unem passado e presente de forma harmoniosa.

Um dos exemplos é o refúgio verde em meio ao concreto, o Horto do Fonseca, localizado no número 770 da via. A área conta com um zoológico, um jardim botânico e uma feira de artesanatos. O espaço fica cheio pela manhã, quando serve de cenário para caminhadas.

O casal Silvana da Silva, de 45 anos, e Paulo Roberto Leite, de 56, não perde a oportunidade de fazer exercícios e admirar a vista.

"Esse lugar é um refúgio na Zona Norte. Podemos fazer nossa caminhada e entrar em contato com a natureza", disse Silvana.


Educação – Com a fachada preservada desde a inauguração em 1933, o Colégio Nossa Senhora das Mercês faz parte da história da Alameda São Boventura. A instituição, que antes só educava meninas, se modernizou, mas continua como referência acadêmica e arquitetônica.


O Fluminense

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