quarta-feira, 11 de abril de 2007

Revolução no tratamento da diabetes

Terapia com células-tronco livra da insulina portadores do tipo 1

Uma terapia experimental com células-tronco supervisionada por um brasileiro fez com que, pela primeira vez, pacientes de diabetes tipo 1 se livrassem das injeções de insulina por períodos de até três anos. Segundo o estudo, publicado ontem nos EUA e que teve a supervisão do cientista da USP de Ribeirão Preto Julio Voltarelli, 13 de 15 pacientes que participaram de testes com a nova terapia conseguiram se livrar das injeções.

Segundo os autores da pesquisa , publicada no renomado Journal of the American Medical Association (JAMA), um dos primeiros pacientes a se submeter ao procedimento está há três anos sem recorrer a qualquer suplemento sintético de insulina para regular os níveis de glicose em seu organismo.

“Este estudo, realizado por Voltarelli e outros, é o primeiro do tipo que provavelmente será adotado no futuro em muitas experiências com terapia celular para interditar o avanço da diabetes mellitus tipo 1”, escreveu Jay Skyler, da Universidade de Miami, em um editorial que acompanhou o artigo.

Os cientistas começaram a experiência coletando células-tronco dos voluntários. Então, os pacientes se submeteram a uma quimioterapia para eliminar seu próprio sistema imunológico e, em seguida, receberam transfusões de suas próprias células-tronco para reconstruir o sistema. Segundo os autores da pesquisa, ainda são necessários mais estudos para avaliar a segurança e a eficácia da terapia.

Doença gera sérios problemas

A diabetes tipo 1 abrange de 5% a 10% de todos os casos da doença, mas pode resultar em complicações sérias, incluindo cegueira, falência renal, problemas cardíacos e derrame.

A doença ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca e destrói as células beta do pâncreas, que produzem insulina, causando a falta do hormônio, necessário para regular os níveis de glicose no sangue.

Quando a maioria dos pacientes recebe um diagnóstico clínico, até 80% de suas células beta já foram liquidadas. O estudo da USP de Ribeirão Preto contou com voluntários entre 12 e 30 anos.

O Dia Online

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