No inquérito da Operação Navalha, a Polícia Federal reproduz uma série de diálogos entre membros da quadrilha, gravados com autorização judicial, nos quais fica claro o pagamento de propina a agentes públicos ou a pessoas apontadas como seus intermediários.
Uma das conversas se dá entre Fátima Palmeira, funcionária da Gautama identificada como responsável por pagamentos de propina, e o sobrinho do governador Jackson Lago (Maranhão), Alexandre Lago.
Segundo a PF, dois outros empregados da Gautama sacaram no dia 21 de março deste ano R$ 500 mil. Nesse mesmo dia, Fátima levou R$ 240 mil para Alexandre e outro sobrinho do governador, Francisco de Paula Lima Júnior, chamado de Paulo Lago, em Brasília. De acordo com a PF, os dois receberam os R$ 240 mil em nome do governador. A conversa entre Fátima e Alexandre se deu nesse mesmo dia.
"Alexandre diz que está chegando em Brasília e queria conversar a respeito do andamento "daquele procedimento". Fátima diz que precisa muito conversar sobre isso [...]. Quer conversar pessoalmente, para explicar os procedimentos e dar uma satisfação. Fátima diz que conversou "com seu amigo daqui" (Paulo Lago), que precisa "entregar uma documentação a ele, certo?" (Paulo Lago)."
"Alexandre diz que ele (Paulo Lago) ligou para ele mas não puderam se estender sobre esse assunto, mas nesse horário estará com o governador no Hotel Kubitschek Plaza, e na hora que eles (Paulo Lago e Fátima) fizerem contato, ele ligará e Alexandre pedirá para a pessoa da representação que o deixe onde estiverem (Paulo Lago e Fátima)."
A PF constatou, por meio de filmagem, que naquele dia o governador Jackson Lago estava hospedado no Hotel Kubitschek, em Brasília.
Folha Online
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