Acordo entre os países representa perdas de 30% para a Petrobras
Rio - Brasil e Bolívia fecharam na noite de ontem acordo para a venda das duas refinarias da Petrobras naquele país. O governo de Evo Morales vai pagar US$ 112 milhões, valor bem inferior aos US$ 180 milhões investidos pela estatal brasileira na compra e modernização das unidades. A diferença entre as quantias é de 30%.
Ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau anunciou o acordo, que pôs fim a 10 dias de impasse. O aspecto político pesou mais que a questão econômica . Tanto que a intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi necessária para o fechamento do negócio dentro das condições estabelecidas. Há possibilidade de parte do pagamento ser feito em gás natural.
Silas Rondeau afirmou que a Petrobras estará à disposição para garantir apoio operacional à estatal boliviana YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), se necessário. A YPFB tornou-se exportadora exclusiva da produção das refinarias graças a decreto de Evo Morales. Cerca de 95% dos funcionários das duas unidades são bolivianos.
Durante o dia de ontem, o ministro de Minas e Energia afirmava que as negociações iam “muito bem”, mesmo após as 10h, quando terminava o prazo dado pela Petrobras para uma resposta boliviana. Silas Rondeau e a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, acompanharam de Brasília o entendimento, que acontecia em La Paz.
O acordo evitou que a estatal brasileira recorresse a tribunais comerciais no exterior para defender seus direitos. Essa hipótese chegou a ser cogitado no início da semana, caso não houvesse um consenso.
‘Vendam como compraram’
O presidente da Bolívia, Evo Morales, ressaltou a participação de Lula para que o acordo de venda das refinarias fosse fechado. Na manhã de ontem, em La Paz, Morales já dava como certo o negócio: “O presidente Lula disse: vendam as refinarias tal como compraram”. Juntas, as refinarias Gualberto Villarroel, em Cochabamba, e Guillermo Elder, em Santa Cruz de la Sierra, processam cerca de 40 mil barris de petróleo por dia.
O Ministério de Minas e Energia informou que o contrato de venda não precisa ser analisado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), pois não representa impacto relevante sobre o patrimônio da Petrobras.
O Dia Online
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