terça-feira, 25 de setembro de 2007

Prefeito estima gastar R$ 700 mil por ano com bons alunos

Rio - O prefeito Cesar Maia estima destinar para o bônus mérito-escolar R$ 700 mil anuais, que seriam suficientes para premiar de 0,2% a 1,3% dos concluintes do Ensino Fundamental do município. O valor premiaria 153 alunos com conceito máximo (MB) em todas as disciplinas nos últimos três anos. O prêmio para cada um desses estudantes ficaria em R$ 4.560 (12 salários mínimos). Caso fossem apenas prêmios mínimos (de dois salários para quem leva MB como conceito global em uma das séries), seriam beneficiados 921 alunos, de um universo de cerca de 70 mil.

Mesmo diante do pessimismo de Cesar Maia com relação ao desempenho dos alunos, os bons estudantes comemoraram ontem a polêmica medida, publicada ontem no Diário Oficial.

“Com certeza vai ajudar a gente a pensar mais antes de fazer coisas erradas”, disse Johann Sebastian Lemos Pires, 12 anos, da 6ª série do colégio Celestino da Silva, no Centro. Ele só tira B e MB e promete se esforçar para ser premiado. Na mesma escola, Magno Souza Marques, 17, só tira MB e elogia a decisão: “Acho bom incentivar porque os alunos não estão nem aí para os estudos”. O decreto será regulamentado este ano, segundo a Secretaria Municipal de Educação.

Sepe e OAB estudam ir à Justiça

O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estudam ir à Justiça contra a bonificação financeira a alunos. O Sepe interpretou o bônus como forma de impor a aprovação automática. A diretora Beatriz Lugão acredita que o decreto constata a falência das políticas da prefeitura na área da educação: “É absurdo. Criará funil, sem incentivar todos”.

A OAB está elaborando mandado de segurança contra o decreto, alegando que professores e diretores devem ser consultados antes. O presidente da OAB Vai à Escola, Mario Nilton Leopoldo, também criticou a medida: “É preciso se preocupar com a qualidade do ensino, não com prêmio. Não é assim que se trata educação. A medida é repugnante”.

Amanhã, audiência pública na OAB discutirá com vereadores, sindicalistas e juristas as recentes medidas relativas à educação básica, inclusive a resolução da prefeitura que criou o conceito RR, que estabelece uma recuperação paralela.


(O Dia Online)

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