quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Operação contra sonegação prende 25 fiscais de renda, empresários e contadores que causaram prejuízo de R$ 1 bilhão

RIO - Pelo menos 25 pessoas foram presas numa operação deflagrada por 300 homens da Polícia Civil e membros do Ministério Público estadual para combater a sonegação fiscal no Rio de Janeiro. Estão presos fiscais de renda do estado, contadores, empresários e colaboradores do esquema. Segundo as investigações, os fiscais cobravam propina para não multar as empresas. Em outros casos, as propinas eram pagas para que as multas fossem reduzidas. Há ainda informações de que o grupo vendia assistência jurídica aos empresários. Apesar de não saber há quanto tempo o esquema funcionava, o MP estima que o prejuízo causado à Receita estadual fique em torno de R$ 1 bilhão, sendo três vezes maior do que no Propinoduto.

Os presos tiveram contas bancárias e bens bloqueados pela Justiça, como uma lancha e uma casa avaliada em R$4 milhões. Dos 11 fiscais que tiveram a prisão temporária decretada, apenas um está foragido. Eles serão denunciados pelos crimes de formação de quadrilha, sonegação, corrupção e lavagem de dinheiro.

O secretário estadual de Fazenda, Joaquim Levy, afimou que o valor de R$ 1 bilhão é significativo em termos de educação pública e seria possível pagar seis meses da folha de pessoal dessa área.

- Seria bastante significativo no caso do financiamento da educação pública, que paga, provavelmente, uns seis meses da folha de educação - apontou Levy.

Segundo um relatório preparado pelo MP, as empresas que pagavam propina aos fiscais são dos setores farmacêuticos, de informática e autopeças. Estão localizadas em Botafogo, Bonsucesso, São Cristóvão, Penha, Centro e Copacabana. Interceptações de conversas telefônicas autorizadas pela Justiça revelam que os fiscais aceitavam cartão de crédito. Alguns dos representantes das 78 empresas investigadas pagavam quantias mensais, numa espécie de mensalão.

Entre os presos, está o fiscal de renda estadual Francisco da Cunha Gomes, conhecido como Chico Olho de Boi, que foi subsecretário de Análise Tributária do governo Rosinha Garotinho. Em junho, durante trabalhos da CPI da Arrecadação, que apurava a queda de arrecadação no estado, a deputada Cidinha Campos (PDT) acusou Gomes de participar de fraudes na Fazenda.

(CBN)

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