quarta-feira, 28 de maio de 2008

Transporte público não dá voto

Para o professor da Universidade de Brasília Joaquim Aragão, transporte coletivo só entra na agenda do poder público quando está ligado à realização de obras e secretário de transportes é cargo que se dá a "inimigo político". Docente do mestrado em transportes da UnB, Aragão foi um dos convidados de audiência pública na Câmara dos Deputados que discutiu, no final do mês passado, soluções para o trânsito nas metrópoles.
"O transporte coletivo está fora da agenda do governo federal, que há mais de uma década deixou de colocar as cidades na pauta, assim como os governos locais", afirmou. Segundo ele, o tema só é contemplado "quando há emergência de problemas de engarrafamento". Outra motivação para colocar o assunto em pauta, em sua opinião, seriam as obras viárias. "Só que viadutos, pontes, têm mais efeito como obras do que para o transporte."
No encontro, o professor defendeu a abertura do mercado de transporte urbano a empresas internacionais, pequenos empreendedores e investidores de fora do setor. "Não dá pra investir mantendo os mesmos operadores que estão aí", argumentou.
O especialista não poupou críticas às empresas de ônibus. Ele acredita que elas forçam uma renovação de frota que seria "inútil". "Poderiam investir em manutenção", justificou. "Mas priorizam o investimento em capital. Porta do lado esquerdo? Ônibus biarticulado? Piso rebaixado? Não, é complicação demais. Elas preferem simplificar os carros para depois poderem revender para outros países da América Latina." (Extraído do Noticiário Uol, 26.5)

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