quarta-feira, 20 de agosto de 2008

VEREADORES E O VOTO DISTRITAL!

1. Os primeiros dois programas dos candidatos a vereador mostraram mais
uma vez o caos oferecido para o eleitor indeciso ou mais de 75% dos
eleitores numa pesquisa de uma semana atrás. Num sistema pluripartidário
como o nosso, mesmo nas eleições majoritárias, quando se apresentam 10
e mais candidatos (caso do Rio-Capital) a confusão se estabelece para o
eleitor o que termina reforçando a imagem negativa dos políticos.

2. Ontem este Ex-Blog comentava que a TV funciona como um despertador
eleitoral do eleitor. Mas a quantidade de candidatados atrasa a atenção
do eleitor a qualquer conteúdo. Desta forma os candidatos majoritários
devem reforçar o conteúdo naquilo que sua identidade já traz como
currículo. Mas ainda não há porque se alterar aqui.

3. O caos na apresentação dos candidatos a vereador reforça a
necessidade de se adotar -pelo menos a esse nível- o Voto Distrital Puro. Isso
permite ao eleitor ter informação direta dos candidatos, despolui a
propaganda eleitoral nas ruas, torna os mandatos mais orgânicos e os
partidos solidariamente mais unidos sem concorrerem entre seus candidatos.
87% dos eleitores não se lembram em que vereador votaram nas últimas
eleições.

4. E seria uma medida simples. A lei estabeleceria o volume de votos
por distrito por município. Sempre que um município tivesse menos
eleitores que este volume, a eleição distrital seria em todo o município, o
que significa que o eleitor tem acesso direto aos candidatos.

5. Se o Rio fosse um paradigma para a lei, com eleitorado de 4 milhões
de eleitores e 50 vereadores, cada distrito teria 80 mil eleitores. Com
a descentralização das zonas eleitorais já
feita pelo TRE-RJ -que passaram de 26 para 97- esse trabalho estará
facilitado. A lei pode permitir que os TREs ajustem o volume em mais ou
menos 10%.

6. A "distritalização" do voto nos municípios daria maior transparência
aos chamados currais eleitorais, pois todos os candidatos teriam
acesso direto aos eleitores, físico e virtual. Hoje com os currais
existentes os candidatos desistem dessa e daquela área e vão fazer campanha em
outras. Com a "distritalização" todos os partidos -especialmente os
maiores- lançariam candidatos em todos os distritos e com isso os currais
eleitorais receberiam cunhas e teriam uma taxa de abertura maior.

7. A relação do eleitor-candidato seria muito mais orgânica, as
campanhas mais baratas e a prática política dos partidos em busca de
candidatos nos distritos onde se mostraram mais fracos, tenderia a ser
permanente e não apenas durante as eleições. A busca de voto indiscriminada como
hoje onde um candidato a vereador está em qualquer lugar torna aquela
relação frágil ou inexistente.

8. E o voto municipal-distrital de vereador reduziria a impulsão desse
para as próximas eleições, tornando mais harmônica e sinérgica a
relação entre deputados e vereadores num mesmo partido.

(Ex-Blog do César Maia)

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