quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Democratas comentam saída de presidente

                                                          Rechuan, Prefeito de Resende


Depois de encolher nas últimas eleições, com perda de representatividade na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o Democratas enfrenta mais uma baixa: o presidente estadual do partido, Rogério Lisboa, vai deixar a sigla e ingressar no PSB, já de olho nas eleições municipais do próximo ano. Lideranças regionais do partido ouvidas pelo "Diário do Vale"  encararam a saída com naturalidade.
Para o prefeito de Porto Real, Jorge Serfiotis, a saída de um filiado é um processo natural e comum a todos os partidos. Para ele, o fato do filiado em questão ser o presidente da sigla não representa abalo na força do partido.
- Não altera muito não, isso é normal. O partido está bem, ele saiu, mas daqui a pouco outros entram, isso é natural, acontece com todos os partidos - avaliou.
Serfiotis, que está no partido desde 1986, afirmou que já sabia da decisão de Lisboa, que, de acordo com o prefeito, deixa o partido para disputar a prefeitura de Nova Iguaçu no próximo pleito. "Eu nunca mudei de partido, estou na sigla desde 1986, e continuo firme aqui. Agora, o Rogério falou comigo que ia sair, vai disputar a prefeitura de Nova Iguaçu ano que vem e não vejo nenhum problema nisso. É um processo natural", repetiu.
Nas últimas eleições, o Democratas viu sua bancada fluminense na Câmara dos Deputados cair de cinco para dois parlamentares (Rodrigo Maia e Arolde de Oliveira). Na Alerj, a situação foi ainda pior: de seis deputados, restou apenas a duquecaxiense Graça Pereira.
Outro ponto criticado da gestão de Lisboa é a falta de renovação na legenda. Nos últimos anos, nenhuma nova liderança surgiu e o partido continua tendo como seu principal expoente no estado o ex-prefeito do Rio, César Maia.
No entanto, para o ex-presidente da Câmara Municipal de Volta Redonda, o vereador Luis Soró, o quadro não é tão dramático quanto parece. Sem estar "100% inteirado" sobre a saída do presidente estadual ainda, Soró defendeu que, ao menos no município, a sigla está em alta.
- Eu posso falar de Volta Redonda, e as notícias são boas. O partido está crescendo aqui, no ano passado conseguimos 173 novos filiados e no início deste ano umas 40 pessoas devem se filiar. Na nossa cidade o partido está muito bem - declarou ele.
Soró, assim como Serfiotis, defendeu que a saída do presidente não representa qualquer anormalidade no quadro político. "Acho que a troca é natural e democrática. Não vejo problemas", comentou.
Ainda que com um discurso um pouco diferente dos colegas, e reconhecendo os problemas enfrentados atualmente pelo partido, o prefeito de Resende, José Rechuan, também lembrou que a saída de políticos de um partido é um processo natural. Contudo, Rechuan lamentou o episódio.
- É uma perda importante, um bom quadro político do nosso partido. Enquanto deputado, nos ajudou muito em Resende, com algumas emendas e gostaria muito que ele continuasse conosco. De qualquer forma, desejo muita sorte onde estiver - comentou Rechuan. "A entrada e saída de figuras políticas em um partido, principalmente da grandeza do DEM, fazem parte do processo", completou.
O prefeito lembrou de uma entrevista concedida após as eleições ao DIÁRIO DO VALE, que gerou polêmica por suas posições críticas com relação ao partido. Ele reafirmou que a sigla precisa passar por um processo de autocrítica.
- Após as últimas eleições ficou clara a necessidade de mudança, e todos os partidos devem fazer uma autoavaliação, inclusive os que venceram. Temos que olhar para frente e aprender com nossos erros - reforçou Rechuan. Partido passará por mudanças em março, afirma prefeito
Resende é a principal cidade comandada pelo DEM no estado. Já tendo declarado suas críticas ao partido publicamente, o prefeito José Rechuan foi à Brasília para conversar sobre os rumos da sigla. Ouviu um misto de pedido e promessa: que aguardasse até março, pois o partido passaria por mudanças neste mês.
- Me disseram que haverá mudanças em março. Sou prefeito filiado, um soldado do partido, e estou aguardando para conversar novamente em março. Respeito a decisão daqueles que deixaram o partido, mas temos que ter um pouco de calma neste momento, esperar o que vai acontecer - afirmou Rechuan, garantindo não saber se as mudanças prometidas têm relação com a troca da presidência da sigla, atualmente nas mãos de Rodrigo Maia.
Rechuan aproveitou para afastar as especulações de que estaria no barco dos que deixam o partido - o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, também está na suposta lista. "As especulações são muitas mas não é momento para isso. Estou aguardando até março e se for bom para o partido e bom para a gente, não há motivo para mudança [de sigla]", começou.
- É uma discussão muito antecipada, estou muito mais preocupado em governar e administrar a cidade, o que é mais importante. É natural esse tipo de notícia, essas especulações, mas não tem porque falar em sair ou em convite de outros partidos. Não estou preocupado com isso e nem acho que seja essa a discussão fundamental neste momento - concluiu Rechuan. Diário do Vale Online

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