quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Panorama da obra de Beatriz Milhazes no Paço Imperial

Começa nesta quinta-feira, 29 de agosto, uma das exposições mais esperadas do calendário carioca. Depois de onze anos sem expor na cidade, Beatriz Milhazes ocupa o Paço Imperial com uma mostra panorâmica de sua obra vibrante, com cerca de 60 pinturas, colagens e gravuras. Produzidos desde o final dos anos 1980, os trabalhos são provenientes de diversas coleções públicas e particulares, do Brasil e do exterior. Com curadoria do crítico francês Frédéric Paul, a individual que leva o simpático título de “Meu Bem” exibe ainda um grande móbile concebido especialmente para o espaço.
Em sua obra, Beatriz apresenta a intensa relação com a arte popular brasileira e o diálogo com segmentos de arte aplicada, entre eles o artesanato e o bordado, bem como uma proximidade com o barroco, a antropofagia e o tropicalismo brasileiros. São também aspectos centrais a organicidade das formas e o intenso jogo cromático, que estabelecem uma relação de complementaridade e contraste com uma estrutura compositiva cada vez mais rigorosa. “Ela reivindica laços fortes com a modernidade europeia e está em pé de igualdade na cena contemporânea, na qual abala os códigos muitas vezes pouco sábios da abstração”, sintetiza Frédéric Paul.
Se chama “Gamboa Seasons” sua primeira grande peça tridimensional, um móbile que nasceu de uma peça construída para o cenário do espetáculo de dança Tempos de Verão, de sua irmã Marcia Milhazes, que acabou adquirindo diferentes formatos até a última e derradeira versão de 7 metros de comprimento por 3 de altura, atualmente em Basel, na Suíça. Para o Paço Imperial, Beatriz concebeu um novo projeto: cinco móbiles, feitos com os mesmos elementos da obra anterior e que parecem saídos de suas telas para ocupar e dinamizar o espaço (flores, miçangas, contas e outros elementos decorativos). A artista explica que essas peças “estabelecem uma conversa com a pintura, têm essa conexão característica do meu trabalho com a arte popular”.
A exposição no Paço Imperial (Praça XV de Novembro, 48 – Centro) vai até o dia 27 de outubro. (G1/Redação)

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