sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Enredo policial na Mangueira novamente

A história da Estação Primeira de Mangueira, escola cotada para resgatar neste ano os tempos de glória na Sapucaí, volta a trilhar o caminho da polícia. A investigação é sobre pagamento de propina de Ivo Meirelles, ex-presidente da agremiação, a funcionário do Ministério da Cultura (Minc), em novembro de 2011, para liberação da verba de R$ 4,9 milhões para o Carnaval de 2012. O projeto foi aprovado, apesar da inadimplência da escola com a prestação de contas, exigida pela Lei Rouanet, mas o dinheiro não chegou a ser captado. O Ministério Público Federal (MPF) determinou abertura de inquérito na Polícia Federal (PF) para apurar a prática de crime de corrupção.

A revelação do esquema foi feita por Ivo em gravação telefônica, autorizada pela Justiça no dia 11 de novembro de 2011, ao responsável à época pela Vila Olímpica e atual presidente da Verde e Rosa, o deputado estadual Francisco Carvalho (PMN), o Chiquinho da Mangueira. Nos diálogos aos quais O DIA teve acesso com exclusividade, Ivo conta que, para resolver a inadimplência da escola, estaria pagando propina. O procurador da República Carlos Aguiar requisitou à PF que tome o depoimento tanto de Ivo quanto de Chiquinho da Mangueira; que sejam analisados os documentos enviados ao Minc, e as gravações telefônicas do inquérito da 17ª DP (São Cristovão), encaminhadas ao Ministério Público do estado.

O pedido do MPF foi feito em 6 de setembro do ano passado ao superintendente da Polícia Federal, Roberto Mário da Cunha Cordeiro. Procurada, a PF não deu detalhes sobre os rumos do caso. “Quem falou sobre propina foi o Ivo. Sempre disse a ele que a Mangueira tinha que resolver as suas pendências de forma legal”, afirmou Chiquinho da Mangueira. O deputado garantiu que ainda não recebeu a convocação para ser ouvido no inquérito da PF. “Mas gostaria de deixar claro que estou à disposição. Vou com o maior prazer”, afirmou.

Em outro trecho de conversa telefônica, com homem ainda não identificado pela polícia, Ivo conta mais detalhes sobre o esquema de propina. Gaba-se ainda que ‘conseguiria o que ninguém consegue’. Ele assegura que, para garantir a aprovação do pedido de verba ao Ministério da Cultura, havia feito reunião em escritório de advocacia em São Paulo. Depois disso, o advogado teria ido direto a Brasília para conseguir a liberação do projeto. Procurado pelo DIA , Ivo não foi localizado até o fechamento desta edição.

Uma gestão cheia de turbulência
À frente da presidência da Mangueira, Ivo Meirelles teve gestão turbulenta. Ele foi indiciado em inquérito da 17ª DP (São Cristovão) por associação para o tráfico, como O DIA publicou em 2012. O caso está no Ministério Público do Estado do Rio (MPE). (O Dia/Redação)

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