quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Prefeitura vai revitalizar cinemas da Zona Norte

Quatro cinemas da Zona Norte do Rio estão na mira de um projeto de revitalização da prefeitura do Rio: o Cine Madureira, o Cine Olaria, o Guaraci, em Rocha Miranda, e o Cine Vaz Lobo. É o que revela um estudo elaborado pela RioFilme em conjunto com a Subsecretaria do Patrimônio Cultural, a pedido do prefeito Eduardo Paes. Todos os imóveis estão fechados e têm donos particulares. O investimento total para as reformas dos cinemas, segundo o documento, seria de R$ 26 milhões. 

A iniciativa tem como objetivo continuar o processo de expansão dos cinemas de rua pela região já iniciado com a inauguração do CineCarioca Nova Brasília, em dezembro de 2010. A Zona Norte tem nove cinemas atualmente - dentre os de rua e os de shopping -, a metade da quantidade da Zona Sul. Segundo o presidente da RioFilme, Sérgio Sá Leitão, o levantamento mapeou ao todo 70 imóveis que já abrigaram cinemas nas zonas Norte e Oeste. Ao final, somente aqueles que estão vazios e não têm uso foram escolhidos para concentrarem os investimentos. Leitão ainda adiantou que o prefeitou deu sinal verde para a RioFilme começar a negociar com os proprietários dos imóveis.

— O Cine Olaria e o Cine Madureira pertencem ao Grupo Severiano Ribeiro, mas não são utilizados. As conversas para a liberação desses imóveis já começaram. Conseguimos que a prefeitura modificasse o trajeto da Transcarioca para a preservação do Cine Vaz Lobo, que ia ser demolido. Mas os casos do Vaz Lobo e do Guaraci vão demandar mais tempo, porque ainda vamos decidir se compraremos os imóveis ou faremos a desapropriação — diz Leitão, lembrando que o Cine Olaria chegou a ter um projeto para ser transformado em centro cultural.

Ao todo serão sete salas digitais e 4 salas 3D, uma em cada cinema. O valor dos ingressos será o mesmo do implantado no CineCarioca Nova Brasília, R$ 6. A operação será terceirizada, mas a programação será definida pela RioFilme e priorizará grandes lançamentos do cinema nacional e estrangeiro. A prefeitura estima que 814 mil pessoas serão beneficiadas por ano.

Negociações avançadas

O Grupo Severiano Ribeiro, que detém os imóveis do Cine Madureira e do Cine Olaria, confirma que as conversas para a liberação dos cinemas já estão adiantadas e acena com a possibilidade de doação de ativos da empresa.

— Pensamos em doar o Cine Madureira para o poder público. Já com o Olaria, faríamos algum projeto em conjunto com a prefeitura — afirma Luiz Severiano Ribeiro, presidente do Grupo Severiano Ribeiro. — Os imóveis estão vazios e fechados. Um final feliz seria bom para a cidade, que ganharia novos espaços exibidores, e para a empresa, que tem raízes cariocas. Pretendemos inclusive concorrer nas licitações para operar os cinemas no futuro.

O que pode ajudar na concretização do projeto é o decreto 7.729/2012, sancionado pela presidente Dilma Rousseff em maio, que regulamenta o programa Cinema Perto de Você e o Recine, regime tributário especial que tem por objetivo estimular a exibição de filmes no país. Na prática, abrir ou reformar uma sala de cinema no país vai ficar cerca de 30% mais barato. Segundo Severiano Ribeiro, o decreto ainda pode estimular a reabertura ou construção de outros cinemas na cidade.

— Todo estímulo à indústria cinematográfica é bem-vindo. Agora que o decreto foi sancionado, estamos estudando a possibilidade de novos projetos, avaliando nosso parque exibidor e oportunidades de crescimento — conta o presidente do grupo, que não adianta detalhes sobre a programação das novas salas: — Isso depende do posicionamento dos produtores independentes e estúdios, tanto nacionais quanto internacionais.

Cinemas do Imperator vão ser abertos em setembro

Enquanto ainda aguarda pelos novos cinemas, que ainda nem têm data para serem entregues à população, o morador da Zona Norte vai poder, ainda esse ano, contar com novidades no mercado das salas exibidoras. O cinema do Imperator, no Méier, já está em fase avançada de reformas e tem inauguração marcada para setembro. Segundo Sérgio Sá Leitão, a licitação para a operação das salas do centro cultural, que será aberto ao público para shows nesta terça-feira, já foi lançada. Ao todo serão três salas, uma delas em 3D. O investimento total da RioFilme no Imperator é de R$ 3 milhões. Na mesma situação se encontram as cinco salas do Madureira Shopping, sendo uma 3D, que estão sendo reformadas e devem ser inauguradas também no segundo semestre.




Outras salas já prometidas pela prefeitura são as do projeto CineCarioca dentro de comunidades, como a inaugurada no Complexo do Alemão em 2010. Os complexos da Penha e do Turano, na Zona Norte, vão ser contemplados, mas a única sala com prazo de entrega é a da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Oeste: março de 2013. Na mesma região, a Colônia Juliano Moreira também vai receber um cinema. Há ainda a promessa de abertura das três salas da Cidade das Artes ainda no segundo semestre.

As Arenas Cariocas, apesar de não preverem, em seu projeto, um cinema formal, apresentam um telão que exibe filmes ao ar livre, sem programação regular. Por enquanto só há uma na cidade, a Arena Jovelina Pérola Negra, na Pavuna. No entanto, há outras no papel, sem prazo de finalização, no Parque Madureira, no Parque Ary Barroso, na Penha, em Guaratiba e em Ramos. (Globo/Redação)




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