sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Álvaro Lins vai responder a sindicância


Corregedoria abre apuração sobre envolvimento de policiais com máfia


Rio - Acusado pela Polícia Federal (PF) de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, o ex-chefe de Polícia Civil e deputado estadual Álvaro Lins terá que prestar depoimento em sindicância aberta ontem pela Corregedoria Geral Unificada (CGU). Também ontem, a Corregedoria da Polícia Civil sugeriu à Secretaria de Segurança que abra Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra agentes apontados como aliados de Lins — o grupo de policiais civis conhecidos como ‘inhos’, que daria proteção ao ‘capo’ do jogo Rogério Andrade.

Por ser deputado, Lins poderá marcar dia, hora e local de seu depoimento. Mas terá que responder sobre as suspeitas de enriquecimento ilícito e ligação com a contravenção. “A investigação é anterior à diplomação. Com isso, foi possível a abertura da sindicância. Quero deixar claro, porém, que não há caça às bruxas. O trabalho será rigoroso e, se for comprovada irregularidade administrativa, o resultado poderá ser até demissão”, explicou o corregedor-geral, Gustavo Adolpho Kuhl Leite.

A CGU pediu informações às Corregedorias da PM, da Polícia Civil e dos Bombeiros sobre todas as sindicâncias envolvendo servidores com a máfia dos caça-níqueis. “A nossa filosofia é trabalhar com responsabilidade e celeridade. O policial vive no limite, não existe a única finalidade de punir, mas de apurar, que é o nosso papel”, disse o corregedor. No órgão, há 115 sindicâncias e 185 PADs em andamento.

OUTROS SUSPEITOS

Com base em relatório da PF, a Corregedoria de Polícia Civil concluiu sindicância ontem pedindo abertura de procedimento contra seis agentes e um delegado. Na lista, estão os agentes conhecidos como ‘inhos’ presos durante a Operação Gladiador, deflagrada em dezembro pela PF. São eles: Jorge Luiz Fernandes, o Jorginho; Fábio Menezes de Leão, o Fabinho, e Hélio Machado da Conceição, o Helinho.

Além deles, poderão ser ser submetidos a PAD os agentes Paulo Cesar Oliveira, o PC, também preso; Mario Franklin Mustrange, o Marinho; Rogério Oliveira da Anunciação, o Rogerinho; e o delegado Daniel Goulart. “Eles não foram denunciados pelo Ministério Público Federal, mas são citados no relatório da PF. Há indícios de transgressão disciplinar. Todos têm amplo direito de defesa”, esclareceu a corregedora da Polícia Civil, Ivonete Araújo.

Só o governador Sérgio Cabral pode demitir delegados, enquanto agentes ficam submetidos ao parecer do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

Fonte: Jornal O Dia Online - Adriana Cruz - www.odia.terra.com.br

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