segunda-feira, 28 de maio de 2007

PM gasta, mas micros somem

Técnicos da Controladoria Geral da União (CGU) descobriram que a Polícia Militar comprou, mas não recebeu 31 computadores. As máquinas foram adquiridas a partir de um convênio assinado entre os governos estadual e federal, em 2004. No contrato estava prevista a aquisição de 154 computadores. Só 123 foram entregues nos quartéis. O prejuízo é de R$ 52 mil.

A informação faz parte do relatório 870 da CGU, que analisou 12 convênios assinados entre a Secretaria de Segurança Pública e o Ministério da Justiça, entre 2003 e 2005. Os técnicos encontraram irregularidades, com o desperdício de R$ 52 milhões pelo Estado.

Estado reconhece erro

A compra dos computadores são objeto do convênio 262/2004 que pretendia adquirir ainda mesas e cadeiras para a PM. A nota fiscal 000020, de 16 de dezembro de 2005, mostra o recebimento dos 154 computadores por R$ 258 mil. O Boletim 121 da PM comprova a distribuição das máquinas.

Em sua explicação à CGU, a secretaria reconhece o erro, mas não há informação da entrega do material. “Acrescente-se a existência de fragilidade nos procedimentos de recebimento de material”, diz o relatório.

O coordenador do programa Delegacia Legal, César Campos, afirmou, através de sua assessoria, que só explicará as denúncias da CGU após analisar o documento. Campos teria sido o encarregado em responder os questionamentos que deram origem ao relatório. Já o comandante-geral da PM, coronel Ubiratan Angelo, preferiu não se pronunciar.

O deputado estadual Alessandro Molon (PT) solicitará ao Tribunal de Contas do Estado a abertura de uma inspeção especial para apurar possíveis irregularidades nos 12 convênios:

— Esses desvios representam um desrespeito à lei, além de um prejuízo numa área crucial para a sociedade.

Extra

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