segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Casos de dengue aumentam 718% em Niterói

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, admitiu esta semana que "o governo está levando uma surra" do mosquito da dengue e que o Brasil vive hoje uma nova epidemia, principalmente na região Sudeste, que teve um aumento de 75,64% nos casos. Niterói é um dos municípios afetados. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), houve alta de 718% em relação ao ano passado: em 2006 foram registrados 171 casos, enquanto até este mês de outubro já foram contabilizados 1,4 mil casos.

Conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde, até outubro foram notificados 12.908 mil casos de dengue no Estado e 66 casos de dengue hemorrágica, com três mortes confirmadas só na Região Metropolitana-2, que abrange os municípios de Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim.

A Secretaria informa que os bairros mais afetados são os da Região Oceânica, por causa da grande extensão de área verde e das casas de veraneio. No local, só neste ano houve um aumento de 50% de casos e os moradores temem uma epidemia.

Segundo a vice-presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família, da Fundação Municipal de Saúde, Maria Célia Vasconcellos, a situação já tinha sido identificada como alarmante desde o início de fevereiro, por isso a Secretaria se antecipou e deflagrou, em setembro, uma ação denominada "Operação Primavera", para combater o foco do mosquito e conscientizar a população.

"Nós identificamos o aumento desde o início do ano, por isso criamos uma operação para combater e conscientizar a sociedade. Podemos considerar uma guerra e a nossa luta é derrubar o mosquito", disse.

Cidade registra aumento de casos em áreas de veraneio

A vice-presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família explicou que o aumento de casos em Niterói se dá por alguns fatores:

"Muitas pessoas vêm de outros municípios para procurar médicos na cidade. Além disso, na Região Oceânica há muitas casas fechadas de veraneio, o que impossibilita a entrada dos agentes para combater o mosquito".

A "Operação Primavera" está fazendo uma mobilização de todas as secretarias e a sociedade civil organizada, para diminuir o número de casos de infecção. Foi formado um Comitê Regional de Dengue por um grupo de agentes do governo e da sociedade civil, que está realizando, junto às associações de moradores, pais e professores, o trabalho de conscientização.

"Em novembro, a maioria das escolas está fechada. Com a antecipação dos trabalhos, queremos contar com pais, alunos e professores engajados nessa campanha. O mosquito transmissor da dengue é caseiro e, sem a ajuda da população, não teremos resultados satisfatórios", insistiu Maria Célia Vasconcellos.

Apesar do aumento de casos em todo o Estado do Rio de Janeiro, a rede pública da cidade tem conseguido prestar atendimento de qualidade e realizar uma vigilância epidemiológica eficiente, na avaliação da servidora.

"Não somos uma ilha isolada do Estado ou do País; também registramos um aumento no número de casos. Nossa parceria com a iniciativa privada, que tem informado e notificado os casos com agilidade, e um serviço de vigilância epidemiológica eficiente, também contribuíram para um registro maior e mais exato, no sistema de saúde, das pessoas adoentadas. Nosso trabalho é ininterrupto durante todo o ano. Os laboratórios que confirmam ou não a notificação para dengue, no Largo da Batalha, na Zona Norte, e no Miguelote Viana, deram respaldo às nossas ações por conta da avaliação precoce, fundamental em casos de dengue", completou Maria Célia Vasconcellos.

Campanha de conscientização

A operação está sendo realizada com participação das secretarias regionais, associações de moradores, Corpo de Bombeiros, escolas públicas e particulares e equipes do Programa Médico de Família (PMF). Os agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) que fazem o trabalho durante todo o ano, neste período de calor intensificam o combate.

"Estamos fazendo um mutirão de combate e conscientização. Vamos unificar os procedimentos de toda a rede de atenção básica com a rede hospitalar e de emergência. Este ano, a experiência de transformar as policlínicas regionais em locais de referência para diagnóstico, tratamento e acompanhamento foi muito positiva e será repetida, se necessário. A antecipação das ações e a grande mobilização que estamos preparando tem por objetivo evitar a proliferação do aedes aegypti, conseqüentemente, a alta de casos", contou Maria Célia.

Ela citou alguns cuidados que a população deve ter, como: evitar água parada em tonéis, pneus e garrafas, ou que a caixa d’água, sanitário e vasilha para animais fiquem destampados, além de manter piscinas bem tratadas.

Os ovos deixados pelo mosquito, que ficam na parede dos recipientes, podem viver até 450 dias, por isso a necessidade de lavá-los com freqüência e receber sempre os agentes do Centro de Controle de Zoonoses em casa.

"Ainda há resistência da população em receber os agentes nas residências Caso o morador queira confirmar os dados do agente, ele pode ligar para os telefones 2719-4614 ou 2621-6191. E é importante frisar que não é uma ação isolada da Secretaria de Saúde, mas de toda a população", explicou.

Na última sexta-feira um grupo formado por agentes do CCZ esteve no Mangueirão, Região Oceânica. A moradora Maria da Conceição, de 59 anos, disse que já teve dengue e o seu neto ficou doente duas vezes. Na casa dela, o agente vistoriou a caixa d’água, que estava coberta por uma tela e eliminou alguns depósitos de água. O aposentado Ozias Viana Gomes, de 68 anos, disse que tenta evitar o mosquito.E o casal de moradores Andréia Lace, de 37 e Gilberto Lace, de 39, que é frentista, está com medo do aumento do número de casos, mas aprova o trabalho feito.

(O Fluminense)

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu Gostaria de fazer mesmo é uma denúncia eu moro na Estrada de Magé[Manilha Itaboraí] bem do lado de um deposito de poste da Ampla o qual se encontra cheio de foco da Denque já informei ao vigia que lá trabalha nada foi feito.
o que eu devo fazer ?Estou procurando ajuda antes que tenhamos uma epidemia aqui na região .
Desde já obrigada

ANA LUCIA