terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Escola encerra desfiles com enredo que mistura orixás e biocombustível. Carnavalesco Milton Cunha promete leitura moderna aos deuses africanos.

Quem disse que o carnaval não é época de se pensar no meio ambiente? A Viradouro, que encerra os desfiles do Grupo Especial, quer dar seu grito de alerta na Avenida, mas de uma forma que vai além do discurso científico. A escola de Niterói pede licença à velha sabedoria dos deuses africanos para apresentar soluções a um planeta em constante degradação. “Eles já dominavam a ciência antes mesmo dos laboratórios”, afirma o carnavalesco Milton Cunha, autor do enredo “Vira-Bahia, pura energia”. Na busca pelo título, a vermelha-e-branca vai se vestir também do verde para fazer sua gira ecologicamente correta na Sapucaí. Tudo para que o mundo entre nos eixos da consciência ambiental e do desenvolvimento sustentável, desta vez de mãos dadas com o axé dos orixás.

“Cuidar do meio ambiente também é um grande desafio para a humanidade, que já percebeu a importância de prestar atenção à natureza. Coisa que os orixás já lidam desde os tempos ancestrais. Um cata-vento de energia eólica nada mais é do que uma manifestação de Iansã, a deusa dos ventos. Assim como as represas hidrelétricas, com suas quedas d’água, são a morada de Oxum, deusa das águas doces e das cachoeiras”, explica o carnavalesco Milton Cunha, que entra no lugar de Paulo Barros, hoje defendendo a Vila Isabel.

Em oito carros alegóricos e 39 alas, a vermelha-e-branca de Niterói promete apresentar na Avenida uma leitura moderna dos orixás, bem diferente do que costuma passar na Avenida quando o desfile pede uma temática afro.

(G1)

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