1. Os primeiros dois programas dos candidatos a vereador mostraram mais
 uma vez o caos oferecido para o eleitor indeciso ou mais de 75% dos
 eleitores numa pesquisa de uma semana atrás. Num sistema pluripartidário
 como o nosso, mesmo nas eleições majoritárias, quando se apresentam 10
 e mais candidatos (caso do Rio-Capital) a confusão se estabelece para o
 eleitor o que termina reforçando a imagem negativa dos políticos.                    
2. Ontem este Ex-Blog comentava que a TV funciona como um despertador
 eleitoral do eleitor. Mas a quantidade de candidatados atrasa a atenção
 do eleitor a qualquer conteúdo. Desta forma os candidatos majoritários
 devem reforçar o conteúdo naquilo que sua identidade já traz como
 currículo. Mas ainda não há porque se alterar aqui.                    
3. O caos na apresentação dos candidatos a vereador reforça a
 necessidade de se adotar -pelo menos a esse nível- o Voto Distrital Puro. Isso
 permite ao eleitor ter informação direta dos candidatos, despolui a
 propaganda eleitoral nas ruas, torna os mandatos mais orgânicos e os
 partidos solidariamente mais unidos sem concorrerem entre seus candidatos.
 87% dos eleitores não se lembram em que vereador votaram nas últimas
 eleições.                    
4. E seria uma medida simples. A lei estabeleceria o volume de votos
 por distrito por município. Sempre que um município tivesse menos
 eleitores que este volume, a eleição distrital seria em todo o município, o
 que significa que o eleitor tem acesso direto aos candidatos.                    
5. Se o Rio fosse um paradigma para a lei, com eleitorado de 4 milhões
 de eleitores e 50 vereadores, cada distrito teria 80 mil eleitores. Com
 a descentralização das zonas eleitorais já 
feita pelo TRE-RJ -que passaram de 26 para 97- esse trabalho estará
 facilitado. A lei pode permitir que os TREs ajustem o volume em mais ou
 menos 10%.                    
6. A "distritalização" do voto nos municípios daria maior transparência
 aos chamados currais eleitorais, pois todos os candidatos teriam
 acesso direto aos eleitores, físico e virtual. Hoje com os currais
 existentes os candidatos desistem dessa e daquela área e vão fazer campanha em
 outras. Com a "distritalização" todos os partidos -especialmente os
 maiores- lançariam candidatos em todos os distritos e com isso os currais
 eleitorais receberiam cunhas e teriam uma taxa de abertura maior.                    
7. A relação do eleitor-candidato seria muito mais orgânica, as
 campanhas mais baratas e a prática política dos partidos em busca de
 candidatos nos distritos onde se mostraram mais fracos, tenderia a ser
 permanente e não apenas durante as eleições. A busca de voto indiscriminada como
 hoje onde um candidato a vereador está em qualquer lugar torna aquela
 relação frágil ou inexistente.                    
8. E o voto municipal-distrital de vereador reduziria a impulsão desse
 para as próximas eleições, tornando mais harmônica e sinérgica a
 relação entre deputados e vereadores num mesmo partido.
(Ex-Blog do César Maia)